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EDP prevê "continuação do crescimento em 2023", à boleia dos incentivos da UE e EUA

A empresa diz que atingiu já no ano passado todas as metas de crescimento, ao nível de lucros e EBITDA, que tinha previstas para 2023, prometendo anunciar novas metas para o futuro no Capital Markets Day do Grupo EDP, que terá lugar já esta quinta-feira em Londres. 

Para Miguel Stilwell, o parque eólico de Livadi, a 130 quilómetros de Atenas, é “o primeiro de muitos” projetos que a EDPR quer inaugurar nos próximos anos na Grécia.
D.R.
28 de Fevereiro de 2023 às 16:26
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O CEO da EDP Renováveis, Miguel Stilwell d'Andrade, anunciou esta terça-feira numa apresentação dos resultados de 2022 a investidores e analistas que a empresa atingiu já no ano passado todas as metas de crescimento, ao nível de lucros e EBITDA, que tinha previstas para 2023, prometendo anunciar novas metas para o futuro no Capital Markets Day do Grupo EDP, que terá lugar já esta próxima quinta-feira em Londres. 

A empresa quase duplicou o investimento bruto, para 5,1 mil milhões de euros, com 2,1 GW de capacidade renovável instalada em 2022 (+9%) e 4 GW em construção, um novo valor recorde e o dobro do ano anterior. Quanto à capacidade renovável assegurada situa-se nos 11,4 GW, revela a apresentação de resultados

Para este ano, o CEO prevê um crescimento continuado, com incentivos à adição de nova capacidade renovável por parte dos incentivos fiscais da Lei de Redução da Inflação nos Estados Unidos e do Green Deal Industrial Plan, já anunciado pela Comissão Europeia para concorrer com as políticas americanas e promover mais investimentos em território europeu. 

"É inquestionável que assistiremos a uma continuação do crescimento em 2023, e o Inflation Reduction Act dos EUA irá ajudar. Os preços vão evoluir e temos muitos mais GW para instalar", disse Stilwell na "call" com analistas. 

Reconhecendo que 2022 foi um "ano desafiante para o setor", o CEO sublinhou a performance da empresa, com ganhos provenientes da estratégia de rotação de ativos, através de cinco transações em cinco mercados diferentes, que renderam 2,5 mil milhões de euros. Questionado sobre a possibilidade de novas vendas, o CEO admitiu "flexibilidade". 

Quanto aos impactos negativos dos impostos "clawback" criados na Polónia e na Roménia, que a EDR Renováveis chegou a avaliar em perdas de 300 milhões, as previsões para 2023 desceram agora para um terço -- 100 milhões de euros --, devido às mudanças fiscais e legislativas nos dois países, estando a situação neste momento mais favorável na Polónia (mas ainda com "algumas incertezas") do que na Roménia (onde "são necessárias bastantes melhorias"). 

No ano passado a EDP Renováveis pagou 98 milhões de impostos "clawback" na Polónia, Roménia e Itália.

Em 2022, a EDP Renováveis alcançou um crescimento de 2% nos resultados líquidos, para 671 milhões de euros. O aumento de 10% da produção renovável e a estratégia de rotação de ativos suportaram estes resultados, apesar de os custos financeiros e operacionais terem sido mais elevados face a 2021, com uma maior pressão no custo da dívida e nas despesas com fornecedores e serviços.

A venda de cinco portfólios renováveis em Espanha, Itália, Polónia Brasil e nos EUA - gerou ganhos de 424 milhões de euros. 

O EBITDA da EDPR aumentou 23%, para 2,157 mil milhões de euros (+40% sem as rotações de ativos), com contributos importantes do mercado europeu (+51% em comparação com período homólogo), Brasil (+31%) e América do Norte (14%).

As receitas foram de 2,4 mil milhões de euros (+35% em comparação com período homólogo), com 99,5% do valor alinhado com a Taxonomia Europeia, o sistema europeu de classificação de atividades sustentáveis.

2022 foi o ano em que a EDPR expandiu a sua presença global, com a integração da empresa de Singapura Sunseap e dos seus ativos em oito mercados da Ásia Pacífico. A EDPR também aumentou a presença na Europa, com a aquisição da empresa de energia solar alemã Kronos, e com a entrada nos mercados alemão e holandês.  

A dívida da EDPR aumentou para 4.9 mil milhões de euros no final de 2022, acompanhando o crescimento do investimento em projetos renováveis que vão contribuir para acelerar a transição energética das quatro regiões em que a empresa opera – América do Norte, América do Sul, Ásia Pacífico e Europa. Ainda assim, em comparação com a posição registada em setembro de 2022, a dívida reduziu-se em 600 milhões de euros.

Sobre o dividendo de 2022, a EDPR irá propor aos seus acionistas um programa flexível - Scrip Dividend -, que aumentará o rácio de pagamento da EDPR, proporcionando aos acionistas uma remuneração mais atrativa e competitiva. Esta proposta será discutida na Assembleia Geral de Acionistas.
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