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EDP dispara lucros em 75% para 762 milhões no primeiro semestre

No seguimento deste desempenho até junho, a EDP espera atingir em 2024 um EBITDA recorrente de cerca de cinco mil milhões e um resultado líquido recorrente de aproximadamente 1,3 mil milhões.

Miguel Baltazar
30 de Julho de 2024 às 16:46
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A EDP anunciou esta terça-feira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que obteve lucros de 762 milhões de euros entre janeiro e junho de 2024, o que corresponde a um aumento de 75% face a igual período do ano passado, quando registou um resultado líquido (atribuível aos acionistas da empresa) de 437 milhões. 

"Foi um semestre muito forte, sobretudo em termos de produção de energia renovável: hidroelétrica, eólica e solar. São números muito bons, não há outra forma de o dizer", disse o CEO, Miguel Stilwell d'Andrade, numa conversa telefónica com analistas poucos minutos depois de serem conhecidos estes resultados.

O responsável frisou que o desempenho até junho foi sobretudo marcado pela rotação de ativos no valor de 243 milhões de euros, por comparação com o período homólogo de 2023, em que a empresa não obteve quaisquer ganhos com a venda de ativos. Em julho a EDP registou um encaixe relativo à transação de rotação de ativos em Itália de 400 milhões, estando "previstas transações adicionais na segunda metade do ano" e também para o primeiro semestre de 2025.

Já o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registou uma subida de 10%, de 2.454 milhões no primeiro semestre de 2023 para 2.690 milhões nos primeiros seis meses de 2024. 

Em termos recorrentes, resultado líquido da EDP entre janeiro e junho deste ano aumentou 50% (mais 258 milhões) para os 775 milhões de euros, "suportado pelo bom resultado dos ganhos com rotação de ativos de transmissão de eletricidade no Brasil e ativos de produção de energia eólica e solar em Itália, EUA e Canadá". Excluindo os ganhos de rotação de ativos, refere a elétrica no mesmo comunicado, o resultado líquido recorrente aumentou 15% para 591 milhões. 

No seguimento deste desempenho no primeiro semestre, a EDP espera atingir em 2024 um EBITDA recorrente de cerca de 5 mil milhões e um resultado líquido recorrente de aproximadamente 1,3 mil milhões. 

Na produção de eletricidade renovável, o aumento de 20% registado no primeiro semestre, sobretudo na energia hidroelétrica em Portugal (+69%) e na eólica e solar nos EUA (+13%), acabou por compensar a queda de preços grossistas de eletricidade na Europa e a forte redução da produção de eletricidade com base em combustíveis fosseis. Até junho as renováveis representarem 98% da produção total de eletricidade da EDP.  

Além disso, a empresa registou um aumento do contributo do negócio regulado de redes (peso de 31% no EBITDA), "impulsionado pela aquisição dos minoritários da EDP Brasil concluída em agosto de 2023, mitigando o impacto da desconsolidação dos ativos térmicos".

Em termos de investimento, este chegou aos 2,3 mil milhões no primeiro semestre, dos quais 97% associado a projetos de energias renováveis e ao
reforço e expansão das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil.


O EBITDA recorrente aumentou 8% para os 2.670 milhões, beneficiando de ganhos com rotação de ativos de 243 milhões.

Os custos operacionais apresentaram uma ligeira redução em termos absolutos face ao período homologo, para os 966 milhões, "num contexto de expansão de atividade, refletindo o foco no aumento da eficiência e gestão integrada do grupo EDP".


Os custos financeiros líquidos aumentaram 11% para 461 milhões, refletindo o aumento da dívida média. 
Em junho de 2024 a dívida líquida totalizava 17,4 mil milhões, com a aceleração do investimento em energias renováveis e redes de eletricidade, o pagamento de dividendos no segundo trimestre e o aumento de 400 milhões do ativo regulatório em Portugal. 

O dividendo anual relativo ao exercício de 2023, de 0,195 euros por ação, foi pago no dia 8 de maio e totalizou 812 milhões de euros. 

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