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EDP aumenta lucros 40% em 2023 para os 952 milhões de euros

O resultado líquido do ano passado foi suportado pela recuperação da produção hídrica em Portugal (após a seca extrema de 2022), o aumento de resultados provenientes do Brasil, assim como os ganhos em transações de rotação de ativos renováveis em Espanha, Polónia e Brasil.

A EDP Renováveis é a cotada do índice nacional com a maior margem de lucro: 26,9%.
Miguel Baltazar
29 de Fevereiro de 2024 às 18:48
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A EDP anunciou esta quinta-feira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários ter registado lucros de 952 milhões de euros em 2023, o que representa um aumento de 40% face aos 679 milhões de 2022. Em sentido contrário, na véspera a EDP Renováveis tinha dado conta de uma quebra de 50% nos resultados do ano passado, com lucros de 309 milhões de euros, metade dos 616 de 2022.

De acordo com a elétrica, o resultado líquido do ano passado foi suportado pela recuperação da produção hídrica em Portugal (+62,8%) para níveis em linha com a média histórica (após a seca extrema de 2022), pelo aumento dos resultados provenientes do Brasil, onde a EDP passou a deter em 100% da sua subsidiária EDP Brasil - na sequência de uma OPA -, assim como pelos ganhos registados com as operações de rotação de ativos renováveis em Espanha, Polónia e Brasil. Nestes três países, a estratégia de venda de ativos da EDP permitiu ganhos de 460 milhões em 2023.

O resultado inclui ainda 
310 milhões de euros de perdas não recorrentes associadas a imparidades relacionadas com a central a carvão de Pecém, no Brasil, com o adiamento dos projetos eólicos na Colômbia e as centrais de ciclo combinado em Portugal.

O EBITDA recorrente (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 11% para  5.023 milhões de euros, "impulsionado pela normalização da produção hídrica e dos custos de abastecimento de eletricidade e gás face a 2022, com impacto positivo na recuperação da margem integrada no mercado ibérico", refere a EDP no documento enviado à CMVM. 

Por segmento, no eólico e solar o EBITDA baixou 15%, penalizado por recursos eólicos abaixo da média, atrasos na instalação de capacidade adicional e redução de preços de eletricidade em mercados grossistas europeus, face aos níveis recorde registados em 2022. Já na atividade de redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil, o EBITDA diminuiu ligeiramente face ao período homólogo para 1.501 milhões. No Brasil, o EBITDA aumentou seis milhões de euros face a 2022, graças a um forte aumento de 5% na procura.

Em termos de investimento, 96% do valor total investido foi em projetos de energias renováveis (4,4 GW de capacidade em construção) e ao desenvolvimento das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil. Em 2023 a EDP investiu 5.848 milhões de euros, mais 28% do que em 2022 (4.558 milhões)

Os custos financeiros líquidos mantiveram-se nos 910 milhões de euros, reportou a EDP, mesmo com o aumento do custo médio da dívida, que em dezembro de 2023 chegava a um total de 15,3 mil milhões (+16%), "refletindo a aceleração do investimento em renováveis e redes de eletricidade, bem como a aquisição dos minoritários da EDP Brasil (1,1 mil milhões, compensados pelos dois mil milhões de aumentos de capital da EDP e EDP Renováveis realizados em 2023 e dois mil milhões relativos ao encaixe com rotação de ativos, que inclui a desconsolidação de encaixe com parcerias institucionais".

"O Conselho de Administração Executivo irá propor à Assembleia Geral de Acionistas a distribuição de um dividendo relativo ao exercício de 2023, no valor de 0,195 euros por ação, refletindo um payout ratio de 63% no resultado líquido da EDP, em linha com a política de dividendos estabelecida no plano estratégico 23-26", referiu ainda a empresa no comunicado à CMVM.

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