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EDP aumenta salário de Stilwell em quase 17% e pode deixar cair Portugal do nome

Em vez de se chamar EDP - Energias de Portugal SA, como até agora, a elétrica portuguesa deverá passar a ser conhecida dentro e fora de portas apenas como EDP SA. Uma evolução destinada a encurtar o nome da empresa e a torná-lo mais fácil de pronunciar.

A EDP Renováveis é a cotada do índice nacional com a maior margem de lucro: 26,9%.
Miguel Baltazar
11 de Março de 2024 às 16:33
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Quando falta apenas um mês para a realização da Assembleia Geral anual de acionistas – que terá lugar a 10 de abril -, a EDP comunicou esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que vai levar a votação nesse dia uma "alteração integral dos estatutos" da empresa que, entre outros aspetos, implicará uma mudança histórica na sua designação.

Assim, em vez de se chamar EDP - Energias de Portugal SA, como até agora, a elétrica portuguesa passará a ser conhecida dentro e fora de portas apenas como EDP SA. Uma evolução destinada a encurtar o nome da empresa e a torná-lo mais fácil de pronunciar. A empresa explicou que o objetivo passa por "simplificar a imagem e de ajustar a denominação social a uma empresa cada vez mas global e ao conhecimento generalizado da marca".

Além disso, a convocatória aos acionistas da EDP para a reunião anual informa também que a 10 de abril será feita uma deliberação sobre o Relatório Integrado, em particular sobre as contas de 2023 e a proposta de distribuição de dividendos, estando prevista também a apreciação do relatório de remunerações e do progresso do Plano para a Transição Climática 2030. Será igualmente votada a opção dar autorização ao Conselho de Administração Executivo para a aquisição e alienação de ações e obrigações próprias pela EDP e sociedades participadas.

Aos acionistas caberá da mesma forma deliberar sobre a proposta de política de remuneração dos membros do Conselho de Administração Executivo apresentada pela Comissão de Vencimentos do Conselho Geral e de Supervisão. À CMVM, a EDP informou que o valor pago em 2023 aos cinco administradores executivos – Miguel Stilwell d’Andrade, Rui Teixeira, Vera Pinto Pereira, Ana Paula Marques e Pedro Vasconcelos – foi de 10,2 milhões de euros, 18,6% acima face aos 8,6 milhões de euros de 2022.

Deste envelope, Miguel Stilwell (que não era aumentado desde 2019 e fica agora com um ordenado mais equiparado aos CEO de outras grandes elétricas europeias) foi o que recebeu mais: 2,1 milhões de euros brutos (970 mil euros de 2023, 411 mil euros em prémios relativos a 2022, 77 mil euros de 2021 e ainda remuneração diferida do anterior mandato). Face a 2022, quando recebeu 1,8 milhões, trata-se de um aumento de quase 17%.

Quanto aos restantes executivos, a CEO da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, recebeu 1,53 milhões em 2023, o CFO Rui Teixeira chegou aos 1,3 milhões e Ana Paula Marques 1 milhão de euros.

Sobre o último ponto na ordem de trabalhos da assembleia geral de abril, este diz respeito à eleição dos membros do Conselho Geral e de Supervisão, dos membros do Conselho de Administração Executivo (Stilwell manterá a mesma equipa por mais três anos) e da Mesa da Assembleia Geral, entre outros, para o mandato relativo ao triénio 2024-2026. A alteração aos estatutos prevê ainda  a redução do número mínimo de elementos executivos (de cinco apara três), mantedo-se nove como o máximo, com vista a "conferir maior agilidade ao conselho de administração executivo".

Em comunicado enviado à CMVM, a EDP confirma que a proposta de António Lobo Xavier para liderar o Conselho Geral e de Supervisão, com um salário de 592 mil euros brutos por ano. A função do Conselho Geral e de Supervisão da EDP – até agora presidido por João Talone - passa por fiscalizar a equipa de gestão e manterá o número de elementos (16) até 2026, incluindo cinco nomes escolhidos pelo maior acionistas China Three Gorges, dois do investidor espanhol Oppidum e cinco administradores internacionais.

Na lista de saídas do CGS estão os nomes de Luís Palha da Silva, Esmeralda Dourado, Sofia Santos e João Carvalho das Neves, entrando Gonçalo Moura Martins (ex-Mota-Engil), Sandra Maria Soares Santos (BA Glass) e Helena Cerveira Pinto (Mota-Engil e Media Capital)
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