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CESE é um imposto “estúpido” e “desincentivador” do investimento, diz CEO da EDP
Miguel Stilwell d’Andrade considera que é preciso estabilidade na regulação de leis para aumentar a competitividade nas empresas portuguesas e deixa críticas ao imposto extraordinário sobre a energia.
O CEO da EDP defende que a "fiscalidade no setor da energia é desincentivadora do investimento", referindo-se à Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) que está em vigor há dez anos, já que é aplicada sobre o capital investido.
"É um imposto estúpido. É um imposto sobre investimento", criticou Miguel Stilwell d’Andrade sobre a elevada carga fiscal das empresas. "Por cada euro que invisto, além de pagar imposto de 31,5%, que é o mais alto na Europa, ainda levo com o imposto extraordinário sobre energia", apontou o líder da empresa, numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo jornal Eco.
No 11.º ano seguido a ser renovada, a CESE vai atuar com algumas modificações. Espera-se ainda que a taxa extraordinária renda 125 milhões de euros em 2024, o mesmo valor do que o ano anterior.
Sobre soluções para aumentar a competitividade das empresas portuguesas, Stilwell d’Andrade pede mais estabilidade regulatória. "Gostamos imenso de fazer leis, mas às vezes algumas ainda não estão implementadas e já estamos a fazer outras", assumiu, acrescentando que "depois todos os anos é uma aventura saber o enquadramento fiscal para cada setor."
O CEO da EDP defendeu ainda que "não há falta de capital, há muita liquidez e procura pelos bons projetos". E deixou um apelo ao próximo governo: é preciso "criar riqueza para poder distribuí-la."