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Mexia: EDP vai manter a disciplina entre crescimento e desalavancagem
O presidente da EDP refere em entrevista à Bloomberg TV que a eléctrica vai avançar com uma emissão de dívida a 10 anos nos próximos três meses para aproveitar os juros baixos e não prevê alterar o plano de investimentos da empresa devido à queda do petróleo. Veja o vídeo.
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A EDP vai aproveitar o actual momento no mercado de dívida para avançar com uma emissão de obrigações a 10 anos, revelou o presidente da companhia portuguesa em entrevista à Bloomberg TV.
Salientando que "claramente" o plano de compra de dívida pública do Banco Central Europeu (BCE) beneficia empresas como a EDP, Mexia revelou que a empresa vai "tirar partido desta situação" e aproveitar para "alongar a maturidade da dívida" da EDP, avançando com uma emissão de dívida a 10 anos nos "próximos três meses".
Lembrando que em 2010 a "yield" da dívida da EDP estava em redor dos 10% e agora está pouco acima de 1%, Mexia afirmou que o "quantitative easing" do BCE "é claramente uma oportunidade para empresas e sectores com capital intensivo e com um programa de investimento significativo".
A entrevista concedida à Bloomberg TV em Londres surge numa altura em que a eléctrica está em "road show" no âmbito da securitização do défice tarifário, com o objectivo de colocar 750 milhões de euros.
Questionado sobre se admite aumentar o endividamento para avançar com um programa de compra de acções próprias, tal como estão afazer outras "utilities", Mexia afirmou que "não queremos dar sinais errados ao mercado", pois o objectivo da EDP passa por desalavancar a empresa e investir em energias limpas.
Mexia desvalorizou o impacto da queda da cotação do petróleo, lembrando que a EDP tem contratos regulados de longo prazo que protegem a companhia, pelo que os planos de investimento não serão alterados.
"Sabemos exactamente o que vamos fazer", continuando com os projectos de investimento que estão em execução em Portugal, Estados Unidos e noutros países onde a empresa está presente. O objectivo passa por "manter a disciplina entre crescimento e desalavancagem" e "não devemos alterar o nosso modelo de negócio" devido à queda dos preços do petróleo, disse Mexia, acrescentando que os chineses da China Three Gorges trouxeram "músculo" à EDP.
Questionado pelo jornalista da Bloomberg TV, Jonathan Ferro, sobre as razões que justificam o facto de ao contrário do que está a acontecer noutros países (como França, Itália, Espanha e Grécia) os partidos mais extremistas não subirem nas sondagens, o presidente da EDP respondeu que "tivemos experiência com este tipo de partidos no passado, antes dos outros países". Além disso, os portugueses "tendem a acreditar que a solução [para o país] passa pela participação na União Europeia e pela correcção dos desequilíbrios orçamentais e económicos".