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Diferendo accionista nas renováveis da Graciosa

Uma disputa legal entre a Recharge e a Younicos está alegadamente a atrasar a entrada em operação de um projecto inovador que promete que 65% da energia consumida na ilha seja proveniente de fontes renováveis.

O projecto em disputa aponta para que 65% da energia consumida na Graciosa seja proveniente de energias renováveis
14 de Maio de 2018 às 22:00
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Há dois anos, a dinamarquesa Younicos vendeu à alemã Recharge 50,1% da empresa que investiu 24 milhões de euros na ilha açoriana da Graciosa, na construção de uma "solução pioneira a nível mundial" na produção de energias renováveis e que promete quebrar a sua dependência de combustíveis fósseis. Hoje, o consumo eléctrico da Graciosa é abastecido na sua totalidade por uma central térmica a gasóleo de 4,7 megawatts (MW).

O projecto inclui um parque eólico com capacidade para produzir 4,5 (MW) e um parque fotovoltaico com 1 MW por via de uma central de baterias para o armazenamento de energia produzida de 3,2 MW. O objectivo é que o parque permita que 65 % da energia consumida na ilha seja proveniente de fontes renováveis.

"O projecto já poderia estar a funcionar e a produzir energia renovável desde o final de 2017. Ao invés disso, está parado há mais de seis meses e o impasse pode comprometer totalmente o projecto e cancelar o Contrato de Aquisição de Energia que foi alcançado com a ERSE [reguladora do sector] e que já foi adiado em Dezembro passado", denuncia Philip Hiersemenzel, porta-voz da Younicos, que era a responsável por "providenciar a solução de software inovadora necessária". Ao Negócios, esta empresa acusa a Recharge de a ter afastado do projecto, tendo escolhido um outro fornecedor.

A Recharge rechaça a acusação da sócia. "O projecto da Graciosa não está num impasse. A expectativa é que a energia renovável comece a ser vendida no mercado durante o mês de Maio", garante fonte oficial da empresa alemã. "Trata-se de um ‘bluff’, uma vez que pode sempre ser injectada na rede alguma energia renovável, de forma tradicional, já que 4,5 MW de energia eólica e 1 MW de energia solar fotovoltaica já estão em funcionamento há mais de um ano", afiança o responsável da Younicos.

A Recharge contra-ataca: "A Younicos falhou a entrega do software", pelo que "a companhia do projecto, a Graciólica, a processou num tribunal alemão em mais de dois milhões de euros", acrescentando que "uma injunção da Younicos para inibir" a nomeação da fornecedora concorrente "foi negada pelo tribunal dos Açores".

A Younicos argumenta que "não falhou na entrega do software", o qual, diz, "estava pronto e já tinha passado, com sucesso, a primeira fase de aceitação com a EDA – Electricidade dos Açores". A Younicos avança que, além de ter recorrido da decisão no tribunal dos Açores, "existem outros seis processos contra a Recharge e seus associados". Fonte oficial da EDA não se imiscuiu no duelo accionista: "Estamos preparados. Quando eles estiverem em condições para injectar energia na rede..." 
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