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Açores têm uma ilha com a luz híbrida mais verde do mundo

O projecto de criação na Graciosa do primeiro sistema mundial de energia híbrida passou com sucesso nos testes finais, o que vai permitir que 65% da energia consumida na segunda ilha mais pequena dos Açores seja proveniente de fontes renováveis.

O projecto Graciólica vai permitir que 65% da energia consumida na ilha Graciosa seja proveniente de fontes renováveis.
29 de Dezembro de 2018 às 15:00
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Uma empresa dinamarquesa vai tornar a ilha da Graciosa praticamente toda "verde" em termos energéticos, com a implementação do "primeiro sistema mundial de energia híbrida" na segunda ilha mais pequena do arquipélago dos Açores.

 

Em causa está um investimento da ordem dos 26 milhões de euros, que recebeu 4,5 milhões em fundos comunitários, num projecto que inclui um parque eólico com capacidade para produzir 4,5 MW e um parque fotovoltaico com 1 MW por via de uma central de baterias para o armazenamento de energia produzida de 3,2 MW.

 

O objectivo do projecto Graciólica é que o parque permita que 65 % da energia consumida nesta ilha, que tem pouco mais de 60 quilómetros quadrados e cerca de quatro mil habitantes, seja proveniente de fontes renováveis.

 

Em Julho passado, aquando da sua visita à Graciólica, a secretaria regional de Energia, Ambiente e Turismo dos Açores anunciou que tinha sido emitida a licença de produção à empresa controlada pela dinamarquesa Recharge.

 

Na altura, Marta Guerreiro garantiu que "o projecto cumpriu os requisitos técnicos e funcionais, permitindo que a licença de produção seja emitida", e, assim, "se possa iniciar a fase de testes de produção de energia em funcionamento do sistema como um todo" - um passo essencial para a energia venha "a ser injectada na rede com a qualidade exigida, em plena exploração".

 

Menos de seis meses depois, a Graciólica "tem o prazer de anunciar que a sua instalação de energia de micro redes conseguiu fornecer 100% de energia renovável para a ilha da Graciosa, 15 minutos após ter concluído o sistema operacional, como parte dos testes finais de comissionamento", afirmou fonte oficial da empresa ao Negócios, manifestando a sua satisfação "por conseguir estes resultados de sucesso nos testes, antes do final de 2018".

 

Testes superados, a empresa vai começar a injectar energia na rede da EDA - Energia dos Açores (EDA).

 

"A Graciólica fornecerá 100% de energia limpa nas condições certas, além de fornecer serviços de formação de redes totalmente automatizados para a EDA", afiançou Dom Hughes, director da Graciólica.

 

Um desentendimento accionista na Graciólica atrasou a entrada em funcionamento do projecto. O problema começou quando a alemã-americana Younicos vendeu 50,1% do capital da empresa à Recharge, do grupo HowardScott, há cerca de dois anos. Após a transacção, a Recharge decidiu substituir a solução de software inicial, que pertencia à sócia Younicos, tendo escolhido um outro fornecedor, a Greensmith Energy.

 

Acusada pela Younicos de a ter ilegalmente afastado do projecto, a Recharge contra-atacou, em declarações ao Negócios, em Maio passado, garantindo que "a Younicos falhou a entrega do software", pelo que "a Graciólica a processou num tribunal alemão em mais de dois milhões de euros", acrescentando que "uma injunção da Younicos para inibir" a nomeação da fornecedora concorrente "foi negada pelo tribunal dos Açores".

 

Na altura, Philip Hiersemenzel, porta-voz da Younicos, afirmou que "não falhou na entrega do software", o qual, disse, "estava pronto e já tinha passado, com sucesso, a primeira fase de aceitação com a EDA". A Younicos avançava então que, além de ter recorrido da decisão no tribunal dos Açores, "existem outros seis processos contra a Recharge e seus associados".

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