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CEO da Galp lamenta "tributação discriminatória"

Filipe Silva afirma que a CESE, que incide sobre o setor, "está a tornar-se mais permanente do que o esperado". Mas sublinha que o desempenho operacional da Galp está a melhorar.

Filipe Crisóstomo Silva, CEO da Galp
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"Continuamos sujeitos a tributação discriminatória. É um problema com o qual estamos a lidar internamente", disse Filipe Silva, CEO da Galp, na "conference call" com analistas que decorre esta segunda-feira à tarde.

O responsável refere-se, nomeadamente, à CESE em Portugal. "Não esperamos a tributação de lucros extraordinários após 2023, mas temos a CESE, uma tributação extraordinária que, infelizmente, parece que continuará", disse o CEO.

"Inicialmente, começou como uma forma de reduzir o défice tarifário do sistema elétrico - nada a ver com petróleo e gás. Esperava-se que, à medida que o défice tarifário fosse reduzido a zero, as vendas também fossem a zero. Essa promessa não foi cumprida", atirou.

"Na verdade", acrescenta Filipe Silva, "à medida que avançamos para 2024, vemos o défice tarifário do sistema elétrico a aumentar novamente, pelo que não estamos tão confiantes como estávamos de que a tributação da CESE seja tão extraordinária como desejávamos, daí termos registado isso como um evento extraordinário não recorrente, como o nome indica". Agora, no entanto, "está a tornar-se mais permanente do que o esperado".

Depois há a incógnita em Espanha relativamente à "windfall tax": "A tributação de lucros extraordinários começou como uma lei europeia, mas de alguma forma o governo espanhol escolheu o seu próprio caminho. Não está claro se a tributação de lucros extraordinários em Espanha continuará ou não, depende também do cenário político" no país, afirmou o CEO.

Isto, "além da taxa normal de imposto sobre o rendimento das empresas - que, para recordar, é de 34% no Brasil, de 31% em Portugal, e de 25%, penso eu, em Espanha", lamentou.

Do lado positivo, no entanto, o presidente executivo da petrolífera destaca "as melhorias estruturais" que a empresa começa a ter no desempenho operacional. "A situação macroeconómica é o que é, mas operacionalmente estamos num lugar muito, muito melhor. Tivemos os nossos desafios há alguns anos. Mas tudo está a tornar-se mais normal", sublinha.

O gestor português garante ainda que a Galp continua "a reduzir os riscos da carteira".

A Galp obteve nos primeiros nove meses do ano mais 18% de lucro do que no período homólogo, para um total de 718 milhões de euros. No terceiro trimestre, o resultado ajustado ficou em 210 milhões de euros, mais 12%.

(Notícia em atualização)
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