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Bruxelas quer UE com 45% de renováveis até 2030 e mais solar e hidrogénio

Bruxelas propõe aumentar a meta da diretiva sobre energias renováveis para 45% até 2030, em comparação com os 40% da proposta do ano passado.

Lusa
17 de Maio de 2022 às 18:11
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A Comissão Europeia quer elevar para 45% a meta relativa ao consumo energético da União Europeia (UE) a partir de fontes renováveis até 2030, para assim "acelerar a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis russos" e reduzir preços.

"Uma aceleração e um aumento maciço das energias renováveis na produção de energia, indústria, edifícios e transportes irá apressar a nossa eliminação progressiva dos combustíveis fósseis russos e, ao longo do tempo, irá também baixar os preços da eletricidade e reduzir as importações de combustíveis fósseis", defende o executivo comunitário no rascunho da comunicação sobre o pacote energético REpowerEU, que deverá ser divulgado na quarta-feira e ao qual a agência Lusa teve hoje acesso.

Por isso, Bruxelas propõe neste plano "aumentar a meta da diretiva sobre energias renováveis para 45% até 2030, em comparação com os 40% da proposta do ano passado", segundo o documento consultado pela Lusa.

A estimativa da instituição é que "isto elevaria a capacidade total de produção de energia renovável para 1.236 GW [Gigawatt] até 2030, em comparação com 1.067 GW até 2030 previstos no âmbito do Objetivo 55", que prevê uma transição ecológica com redução de 55% das emissões poluentes até 2030.

Em causa está REPowerEU, o plano para aumentar a resiliência do sistema energético europeu e tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030, no seguimento da guerra da Ucrânia e dos problemas no abastecimento.

As fontes de energia renovável são alternativas aos combustíveis fósseis que permitem reduzir as emissões poluentes, diversificar o aprovisionamento energético e diminuir a dependência em relação a mercados voláteis, pelo que nos últimos 15 anos a UE tem vindo a traçar metas mais ambiciosas.

No pacote energético REPowerEU, Bruxelas apresenta desde logo medidas para aumentar o recurso ao solar e ao hidrogénio 'verde' na UE.

Frisando que a energia solar fotovoltaica "é uma das tecnologias mais rápidas a ser implementada", Bruxelas estipula o objetivo de a UE ter mais de 300 GW recém-instalados até 2025, mais do dobro do nível atual, e quase 600 GW até 2030, propondo ainda uma iniciativa europeia para o solar e o dobro da implantação de bombas de calor individuais para um total acumulado de 10 milhões de unidades nos próximos cinco anos.

Já para acelerar a produção de hidrogénio renovável, a estratégia REPowerEU estabelece objetivos de produção interna de 10 milhões de toneladas e de importações de 10 milhões de toneladas, isto até 2030.

Segundo as contas de Bruxelas, a importação e transporte destes 20 milhões de toneladas de hidrogénio até 2030 implicam necessidades de investimento em infraestruturas entre 28 a 38 mil milhões de euros para gasodutos internos da UE e entre seis a 11 mil milhões de euros para armazenamento.

A comunicação da Comissão Europeia surge numa altura de conflito na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.
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