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Bruxelas dá luz verde a proposta ibérica para limitar preço do gás

Lisboa e Madrid anunciaram acordo com Bruxelas para limitar o preço do gás, permitindo um valor médio de 50 euros por megawatt-hora, abaixo dos atuais 90 euros. Associação do setor metalúrgico, um dos mais afetados, aplaude o entendimento.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, lembrou que os preços da eletricidade nos últimos dias têm sido mais baixos apenas “porque não estão a ser marcados pelo gás”. Tiago Canhoto/Lusa
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Bruxelas aceitou a proposta de Portugal e Espanha para limitar temporariamente o preço do gás natural para os produtores de eletricidade mas fixou o valor máximo em 40 euros por Megawatt hora (MWh) num período inicial. O preço de arranque fica acima da referência de 30 euros pretendida pelos países ibéricos, e terá de aumentar de forma gradual até atingir 50 euros/MWh.

O anúncio foi feito em Bruxelas pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, em conjunto com Teresa Ribera, ministra espanhola para a Transição Ecológica.

Os dois governantes explicaram que o mecanismo proposto terá uma duração de 12 meses e permitirá fixar o preço médio do gás em cerca de 50 euros por megawatt, contra o atual valor de referência no mercado de 90 euros. O valor de arranque do mecanismo será de 40 euros, que serão válidos assim que o acordo político ontem alcançado for formalizado, o que deverá acontecer ainda durante esta semana: os dois países esperam que a Comissão Europeia encerre formalmente o dossier nos próximos dias.

Questionado se o facto de o valor acordado ser superior ao defendido por Lisboa e Madrid, Duarte Cordeiro frisou que os preços do gás encontram-se atualmente em torno dos 90 euros por megawatt hora, "pelo que o ganho é evidente".

O ministro português assinalou que os preços da eletricidade têm sido mais baixos nos últimos dias "porque não estão a ser marcados pelo gás", mas, lembrou, "quando voltarem a ser marcados pelo gás, voltaremos a ter preços altíssimos".

Metalurgia satisfeita com acordo

A associação que representa o setor da metalurgia aplaude a proposta apresentada em Bruxelas por Lisboa e Madrid. Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins (AIMMAP), sublinha que "esta limitação do preço do gás natural cinge-se à formação do preço da eletricidade", mas admite que "de todo o modo, é uma excelente notícia".

Campos Pereira, que fala em nome dos empresários de uma das indústrias com um consumo de energia mais intensivo – e, por isso, mais dependente do preço da eletricidade – considera no entanto que "esta medida irá tardar algumas semanas a refletir-se no mercado, e para já, a eletricidade disponível continuará algum tempo com preços mais elevados". Mas acreditando que "em termos médios, os preços de 2022 não irão subir face a 2021, graças aos efeitos combinados desta medida e da eliminação das tarifas de acesso à rede", conclui: "Estamos satisfeitos".
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