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BP lança programa para compensar emissões de CO2 em Portugal

Para marcar o arranque da nova iniciativa para a promoção da neutralidade carbónica, a BP comprometeu-se a compensar as emissões de todos os condutores particulares em Portugal geradas esta quarta-feira.

22 de Julho de 2020 às 07:00
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A BP quer compensar as emissões de carbono dos condutores que abasteçam nos seus postos. Para tal, vai compensar o equivalente às mesmas em créditos de carbono cujo valor será depois investido em projetos de redução de carbono.

O programa, denominado Drive Carbon Neutral, foi lançado oficialmente esta quarta-feira. E para dar o ‘tiro de partida’ a petrolífera decidiu alargar a iniciativa a todo o país, mas só durante esta quarta-feira. "Hoje estamos a compensar o equivalente às emissões de todos os condutores particulares em Portugal. A partir de amanhã [quinta-feira], tal apenas estará disponível para condutores que abasteçam na BP, explicou Pedro Oliveira, presidente da empresa, durante uma conferência de imprensa.

O objetivo da petrolífera é tentar compensar os mais de doi milhões de toneladas de carbono por ano dos abastecimentos dos seus clientes, o equivalente a retirar 400 mil carros das estradas. E o programa visa contribuir para a nova ambição da BP de atingir a neutralidade carbónica até 2050.

Na prática, o programa consiste na compra de créditos de carbono equivalentes às emissões de CO2 do abastecimento de combustível. Depois, o valor dos créditos será alocado a projetos de redução de carbono selecionados por entidades independentes através de um painel de Organizações Não Governamentais (ONG).

Uma iniciativa que se traduz numa "fatura de vários milhões de euros", mas cujo valor concreto Pedro Oliveira preferiu não detalhar. Isto porque o preço varia em função da data em que os créditos foram adquiridos bem como da capacidade negocial de cada empresa tendo em conta o seu peso no mercado. Mas tendo em conta a média dos preços de mercado, esta iniciativa pode representar um investimento de 8 milhões de euros por ano.

A BP não descarta aplicar os créditos de cabono em projetos no mercado nacional. Mas, para já, o valor deverá ser direcionado para um projeto de instalação de fogões eficientes no México e para um projeto de proteção e plantação florestal na Zâmbia.

O desafio para a neutralidade carbónica

Antecipando as críticas que poderão surgir devido ao investimento não ficar ‘dentro de portas’, Pedro Oliveira defendeu que "não há nenhum projeto em Portugal dentro dos padrões exigidos que seja elegível, que obedeça a todos os critérios de certificação". Isto porque, segundo o responsável, tem de ser incremental, sem fins lucrativos e de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Este último ponto é o que representa o "maior desafio" no caminho para a neutralidade carbónica segundo Pedro Oliveira. "Nós sabemos que os nossos clientes desejam reduzir as emissões de carbono, mas também sabemos que há momentos em que precisam de conduzir para o trabalho, ir às compras ou para visitar amigos e familiares". Por estas razões, "acreditamos que esta é a maneira mais rápida de fazer esta ponte" para a neutralidade carbónica, apontou.

Para Pedro Oliveira, o sucesso da iniciativa deverá refletir-se "não só no aumento das vendas" nos postos da BP, mas também "na empatia pela marca. E espera que a medida seja seguida pelos concorrentes. "Se todos os operadores de mercado incorporarem esta iniciativa, a redução de CO2 será mais rápida". O presidente da BP vai mais longe ainda e considera que esta medida "devia passar a ser uma licença para operar".

De fora deste programa, que foi desenvolvido no último ano, ficam, pelo menos para já, os clientes frota.

"O programa Drive Carbon Neutral ajuda os nossos clientes a agir face ao carbono e a desempenhar o seu papel na jornada do mundo para a neutralidade carbónica. É com grande entusiasmo que a BP é a primeira marca de combustíveis a desenvolver este programa em Portugal, no mesmo ano em que alcança os 500 postos de abastecimento", destacou Pedro Oliveira sublinhando que ao atingir este número, e juntando os 800 postos em Espanha, se tornou o terceiro maior operador ibérico no retalho, ultrapassando a Galp. Os primeiros lugares continuam a ser ocupados pela Cepsa e Repsol.

Aliás, o gestor confessou ainda que o facto de ter atingido os 500 postos em Portugal levou à perda de interesse pela Prio, gasolineira que pertence à Oxy Capital e cujo processo de alienação se arrasta há cinco anos. "Não apresentámos nenhuma proposta pela Prio porque já não faz sentido. A Prio já não está no nosso radar, seria um ativo redundante", concluiu.

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