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Antigo secretário de Estado Costa Pina deixa administração da Galp

Carlos Costa Pina integrava o "board" da petrolífera desde abril de 2012. Em dezembro foi acusado pelo caso das PPP rodoviárias, tendo de responder por cinco crimes de participação económica em negócio.

Pedro Simões
Negócios 05 de Janeiro de 2022 às 18:37
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Carlos Costa Pina, antigo secretário de Estado do Tesouro do ministro Teixeira dos Santos, saiu da administração da Galp, anunciou esta quarta-feira a petrolífera em comunicado à CMVM.

Costa Pina, que ocupava o cargo de COO Corporate e integrava como vogal o Conselho de Administração da empresa, apresentou a sua renúncia aos cargos com efeitos a partir desta quarta-feira, dia 5 de janeiro.

"Carlos foi um ativo importante para a Galp durante mais de nove anos. Agradeço-lhe todo o trabalho que exerceu no desenvolvimento desta Empresa e desejo-lhe os maiores sucessos no seu futuro pessoal e profissional", refere Paula Amorim, presidente do Conselho de Administração da Galp, citada no comunicado.

Já o CEO Andy Brown indica que  "gostaria de agradecer ao Carlos Costa Pina, com quem trabalhei durante este último ano, pelo seu profissionalismo e compromisso com a Empresa. O Carlos é um líder dedicado e profissional que desempenhou um papel importante no percurso da Galp para uma organização mais sustentável."

O antigo governante foi constituído arguido em dezembro, juntamente com Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, no âmbito do processo relativo às PPP rodoviárias.

Costa Pina é acusado pelo Ministério Público de cinco crimes de participação económica em negócio, enquanto a Paulo Campos são apontados cinco crimes da mesma natureza. O processo tem um terceiro acusado, Rui Manteigas, ex-diretor da área de concessões da empresa Estradas de Portugal, a quem o Ministério Público aponta cinco crimes de participação económica em negócio.

A investigação iniciou-se há 11 anos e segundo o Ministério Público as renegociações das PPP com a Ascendi lesaram propositadamente o interesse público, ao fazerem com que a Estradas de Portugal e o Estado assumissem a responsabilidade de pagamentos líquidos de montantes fixos e certos (compensações contingentes) que não se encontravam previstos nas propostas-base apresentadas no início do concurso de concessão.

Os ex-ministros Mário Lino, António Mendonça e Fernando Teixeira dos Santos chegaram a ser arguidos, mas não foram acusados.

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