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AEP baixou velocidade dos carros para poupar no combustível

A Associação Empresarial de Portugal, que está com um plano de reestruturação em curso por dívidas de 96 milhões de euros, adoptou a medida para reduzir a factura energética, referiu o presidente José António Barros.

Paulo Duarte
16 de Abril de 2013 às 17:10
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Durante o "Fórum Mundial Porto 21", que está a decorrer esta terça e quarta-feira na Fundação de Serralves, no Porto, José António Barros deu o exemplo da medida de poupança de energia decidida pela associação empresarial que dirige: “reduzir a velocidade para limitar os gastos com combustíveis”.

 

José António Barros foi um dos oradores convidado para o painel sobre “eficiência energética nas grandes cidades”, no qual participaram também Carlos Costa Pina, administrador executivo da Galp, Nuno Ribeira da Silva, presidente da Endesa Portugal, e Saraiva Torres,  líder da EDP Distribuição.

 

Esta acção restritiva da AEP surge no quadro de extrema dificuldade económico-financeira em que a associação tem vivido nos últimos anos, o que determinou a adesão ao Processo Especial de Revitalização (PER), com dívidas de 96,3 milhões de euros. Em simultâneo, celebrou com a banca credora um acordo que vai permitir “limpar” o passivo bancário, através da constituição de um fundo imobiliário – por uma sociedade com um capital próximo dos 70 milhões de euros –, que irá ficar dono dos terrenos e instalações da Exponor, em Matosinhos.

 

A mais representativa associação empresarial do Norte do País tem entretanto em vigor outras medidas de austeridade, como a dispensa de 70 dos 243 trabalhadores, a realizar de forma “amigável” ou por despedimento, como o Negócios noticiou na semana passada. O custo com indemnizações está estimado em 1,7 milhões de euros, enquanto a poupança para a AEP aproxima-se de 1,6 milhões de euros. Há cinco anos, pouco antes de Barros assumir a presidência, a associação contava com mais de 350 trabalhadores.



"Responsáveis pela cama em que vamos dormir"

 

Durante a conferência, Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, apontou a eficiência energética e o não desperdício de energia como “o maior recursos energético” do País, dado permitir evitar a saída de divisas e tem impactos positivos ao nível da não contaminação ambiental e da segurança no abastecimento.

 

O líder da empresa espanhola no mercado nacional insistiu na responsabilização individual, que deve ser acompanhada por mais informação. “Quando tomamos algumas decisões somos responsáveis pela cama em que vamos dormir”, referiu. Dando o exemplo de quem decide comprar um carro de maior cilindrada ou seguir pela auto-estrada a 140 quilómetros por hora e que “depois não pode ir gritar com a Galp porque o dinheiro não chega para a gasolina”.

 

“Quando as rendas são caras e as pessoas vão viver para fora dos centros urbanos, a 30 ou a 40 quilómetros, porque as rendas estão congeladas de forma idiota, estão a comprar deslocações diárias e a comprar a factura com que serão enterrados”, acrescentou Nuno Ribeiro da Silva.

 

 

Concentração populacional “facilita” eficiência energética


O ex-secretário de Estado socialista do Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, interveio nas novas funções de administrador executivo da GALP para relevar que a concentração populacional “torna mais fácil, porque mais eficiente, [a adopção de] estratégias de eficiência energética”. “Três quartos da população portuguesa vivem no Litoral e com grande concentração nas duas principais áreas metropolitanas. Se pensarmos que grande parte das emissões de CO2 têm a ver com mobilidade, indústria e climatização dos edifícios, [isso] torna mais fácil a implementação de medidas de eficiência energética”, detalhou.

 

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