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Moody's: Parceria dará maior escala e alcance a EDP e francesa Engie

A agência de notação financeira Moody's considera que a parceria entre a EDP e a Engie será positiva para ambas as empresas que operam no setor energético.

22 de Maio de 2019 às 17:55
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A Moody's afirmou hoje que a parceria entre a EDP e a Engie para a produção eólica no mar, anunciada na terça-feira, contribuirá para os dois grupos alcançarem maior escala no "mercado em rápido crescimento da energia eólica 'offshore'".

"A 'joint venture' da EDP e da Engie recentemente anunciada apoiará os esforços de ambos os grupos de 'utilities' para alinhar os seus pontos fortes competitivos com a transição em progresso para uma economia de baixo carbono", afirmou hoje Niel Bisset, 'senior vice president' (vice-presidente) da Moody's, numa nota enviada à Lusa.

O responsável da agência de 'rating' frisou também que, "agrupando os seus ativos e experiência em desenvolvimento, os dois grupos alcançarão maior escala e alcance no mercado em rápido crescimento para a energia eólica 'offshore'" (em alto-mar).

Niel Bisset referiu ainda que "a 'joint venture' 50:50 combinará os ativos eólicos 'offshore' dos dois grupos e os projetos de 'pipelines'", acrescentando que "a intenção é que a 'joint-venture' seja autofinanciada".

A EDP e a Engie anunciaram na terça-feira a assinatura de um memorando de entendimento estratégico para criar uma 'joint-venture', controlada em partes iguais, no segmento eólico 'offshore', fixo e flutuante.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP informou que "a nova entidade será o veículo exclusivo de investimento da EDP, através da sua subsidiária detida em 82,6%, EDPR [Renováveis], e da Engie para oportunidades eólicas 'offshore' em todo o mundo e passará a ser um dos cinco maiores operadores a nível global na área".

Segundo os termos do acordo, "a EDP e a Engie combinarão os seus ativos eólicos 'offshore' e os projetos em desenvolvimento na recém-criada 'joint-venture', iniciando com um total de 1,5 GW [gigawatt] em construção e 4,0 GW em desenvolvimento, com o objetivo de atingir os 5 a 7 GW de projetos em operação ou construção e 5 a 10 GW em desenvolvimento avançado até 2025".

"A 'joint-venture' terá como alvo prioritário mercados na Europa, nos Estados Unidos e algumas regiões da Ásia, de onde se espera que venha o maior crescimento", indicou o comunicado.

A parceria surge cerca de um ano depois de a imprensa francesa noticiar que a Engie estaria interessada na aquisição da EDP, adiantando existir contactos entre os dois grupos.

Na altura, em abril de 2018, o presidente executivo da EDP, António Mexia, disse à agência Lusa que as notícias sobre negociações com a Engie eram "histórias" e "realidade virtual", garantindo que "não existe nada" e que "a EDP controla o seu próprio destino".

Cerca de um mês depois, a principal acionista da elétrica portuguesa, a China Three Gorges, anunciava a intenção de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP (e a EDPR), que chegou ao fim no passado dia 24 de abril, na assembleia-geral de acionistas.

No comunicado divulgado na terça-feira sobre a nova parceria, as duas empresas realçaram que "a energia eólica 'offshore' está a tornar-se uma parte essencial da transição energética global, conduzindo ao rápido crescimento do mercado e ao aumento da competitividade".

"As empresas acreditam que a criação de uma entidade de maior escala e uma equipa totalmente dedicada, com um potencial de desenvolvimento de negócios global e uma forte capacidade de gerar contratos de aquisição de energia, irá acelerar o crescimento da carteira de ativos e assegurar uma operação mais eficiente", referiram.

A francesa Engie e a EDPR são parceiras em dois projetos eólicos 'offshore' flutuantes em França e Portugal e participam em conjunto no concurso para o eólico 'offshore' de Dunquerque, a decorrer em França.

No comunicado ao mercado, a EDP informou ainda que "a execução do projeto está sujeita aos respetivos processos de aprovação social, corporativo, legal, regulatório e contratual", mas "o objetivo é que a 'joint-venture' esteja operacional até ao final de 2019".
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