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Haitong: Entrada da Exxon no gás natural em Moçambique é "positiva" para a Galp

A casa de investimento considera que a chegada da petrolífera norte-americana é um "voto de confiança às ambições de Moçambique de se tornar um grande actor no mercado global de gás natural".

A Galp Energia é uma das empresas que recolhe a confiança dos gestores na bolsa lisboeta. Os fundos mantinham 7,5% do capital alocado na petrolífera, uma aposta que se tem revelado certeira. A empresa sobe mais de 13% na bolsa, em 2018.
Galp
10 de Março de 2017 às 10:14
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A petrolífera norte-americana Exxon comprou 25% da participação indirecta da italiana Eni na área 4 em Moçambique. O negócio no bloco marítimo de gás natural ficou fechado por 2,8 mil milhões de dólares (2,63 mil milhões de euros). A Galp detém 10% da Área 4, com os restantes parceiros a serem a Eni (25%), CNPC (20%), E NH (10%) e Kogas (10%).

Analisando a entrada dos norte-americanos, o banco Haitong considera que a operação é "positiva" para a Galp. "É positiva para a avaliação da Galp e de um ponto de vista estratégico", escrevem os analistas da Haitong numa nota a que o Negócios teve acesso.

"Destacamos que este é um acordo há muito esperado pois as autoridades moçambicanas já tinham dito várias vezes que a Exxon estava prestes a fechar um acordo com a Eni para comprar parte da Área 4", acrescentam.

"Contudo, existe alguma incerteza sobre a avaliação implícita para a Área 4 e sobre os termos do acordo, nomeadamente se pode incluir alguns pagamentos variáveis sujeitos ao atingir de certas metas", alertam os analistas.

O negócio de 2,8 mil milhões de dólares avalia a Área 4 a 11,2 mil milhões de dólares, implicando que a fatia de 10% da Galp esteja avaliada em 1,1 mil milhões de dólares.

O banco Haitong aponta que este valor "está em linha com o consenso do lado da venda".

"Contudo, acreditamos que o lado da compra tem uma opinião mais conservadora devido à opinião generalizada de que vai haver um excesso de oferta de gás natural liquefeito por algum tempo e isto pode atrasar o desenvolvimento dos extensos recursos de Moçambique, que pode adicionalmente ser afectado pela suas fracas infra-estruturas, instabilidade política e sérias dificuldades financeiras", escrevem os analistas.

A italiana Eni continua a liderar o projecto para construir a plataforma flutuante de gás natural liquefeito Coral e todas as operações na Área 4, enquanto a Exxon vai liderar a construção e a operação da central da liquefacção de gás em terra.

O banco conclui que este negócio deve ser bem recebido pelos investidores. "Assim pensamos que este negócio, apesar de ter avançado em linha com a avaliação do lado da venda, deve ser bem recebido pelos investidores".

A Exxon diz que este activo é uma "grande adição ao seu portefólio" e que espera usar a experiência no gás natural para acrescentar valor ao desenvolvimento do gás natural em Moçambique.

O Haitong acredita que a entrada da Exxon em Moçambique é um "voto de confiança às ambições de Moçambique em se tornar no grande actor no mercado global de gás natural liquefeito".

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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