A empresa construtora de automóveis Volkswagen vai ter de ir à barra dos tribunais em pelo menos três estados norte-americanos – Nova Iorque, Massachusetts e Maryland – mesmo depois de ter acordado com as autoridades de regulação dos EUA pagar 15,3 milhões de dólares (13,83 mil milhões de euros ao câmbio actual) em Junho.

Em causa está o sistema de alguns dos modelos da Volkswagen que serviu para a companhia alemã falsear os resultados de gases poluentes nos veículos a gasóleo, de forma a serem compatíveis com as normas ambientais em vigor nos EUA.

Os processos civis, adianta a Reuters e a Bloomberg, irão acusar o anterior presidente executivo Martim Winterkorn e outros membros da anterior administração da Volkswagen de orquestraram um plano complexo para ocultar os factos quando as notícias começaram a dar conta do esquema, defendeu o procurador-geral de Nova Iorque, Eric Schneiderman, esta terça-feira, em comunicado o citado pela Bloomberg.

E se é verdade que a Volkswagen já reconheceu que desde 2009 alterou o sistema para passar nos testes que controlam a emissão de gases poluentes em alguns modelos das suas marcas desde 2009, a procuradoria nova-iorquina argumentou esta terça-feira que a fraude terá sido alegadamente iniciada 10 anos antes, ou seja, em 1999, segundo a notícia da Reuters. De acordo com a mesma agência noticiosa, o estado de Nova Iorque pretende agora ser ressarcido em "centenas de milhões de dólares" pela fabricante automóvel.

A procuradora-geral do estado de Maryland, Maura Healy, que está a actuar em coordenação com Nova Iorque e Massachusetts, concluiu: "a Volkswagen, a Audi e a Porsche [todas marcas do grupo Volkswagen] defraudaram milhares de consumidores do Massachusetts, poluíram o nosso ar e danificaram o nosso ambiente e, depois, para tornar as coisas ainda piores, conspiraram para uma ocultação massiva para enganar os reguladores ambientais".