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Vitória de Lula não preocupa PT; EDP receia nova política tarifária

A vitória de Lula na presidência do Brasil não preocupa a PT, que afirma ter realizado «a tempo» a cobertura da dívida das operações de telefonia móvel no Brasil e reduzido custos. No entanto, a EDP receia uma alteração da política tarifária.

28 de Outubro de 2002 às 14:27
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A vitória de Lula na presidência do Brasil não preocupa a Portugal Telecom (PT), que afirma ter realizado «a tempo» a cobertura da dívida das operações de telefonia móvel no Brasil e reduzido custos, segundo declarações ao Negocios.pt de fonte da operadora. No entanto, a EDP mostra receios quanto a uma alteração da política tarifária.

O candidato do Partido Trabalhista, Luís Inácio Lula da Silva, ganhou ontem as eleições presidenciais no Brasil e vai ser o 39º Presidente da maior economia da América do Sul a partir de 1 de Janeiro de 2002, onde as empresas portuguesas têm elevados investimentos.

Lula obteve 61% dos votos contra os 39% de José Serra, uma vitória obtida na segunda volta. Esta foi a quarta candidatura de Lula à presidência do Brasil. O novo presidente tem agora que fazer face à desvalorização de quase 40% do real, cumprir o serviço da dívida externa do país e cumprir com a promessa de criar 10 milhões de empregos de forma a atenuar o flagelo da fome e das desigualdades sociais que afectam aquele país.

A vitória do candidato esquerdista afectou a confiança dos investidores que temem o encerramento daquele mercado a investimentos estrangeiros.

Contactada pelo Negocios.pt, fonte oficial da PT, que detém mais de metade dos seus activos no Brasil, disse que «a Portugal Telecom preparou-se a tempo, tendo feito o hedging da dívida e reduzido custos, estando blindada para qualquer alteração da conjuntura».

A PT controla 50% da «joint venture» com a Telefónica Móviles que detêm operadoras de telefonia móvel nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Espírito Santo, entre outros.

«Não temos nenhuma exposição ao dólar», acrescentou fonte oficial da PT, desvalorizando as preocupações de alguns empresários quanto à nova política de Lula da Silva, que poderia passar por um aumento descontrolado da despesa pública e incumprimento dos compromissos assumidos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

EDP aguarda política tarifária com preocupação

A Electricidade de Portugal (EDP), que tem mais de 18% dos seus activos no mercado brasileiro, mostrou, por seu lado, receios quanto à política tarifária que será implementada pelo novo Governo liderado por Lula da Silva.

Noronha Leal, administrador da EDP com o pelouro na área internacional, afirmou hoje à rádio «TSF» que está «preocupado com as revisões tarifárias», receando a existência «de alguma contenção» no aumento das tarifas de electricidade.

Esta desaceleração do aumento das tarifas das participadas da EDP no Brasil penalizaria as receitas da empresa, podendo afectar os resultados das eléctricas brasileiras.

Contudo, o mesmo responsável disse que o primeiro discurso de Lula da Silva depois da contagem dos votos, «deixou-me mais tranquilo» estando agora «com algum optimismo» acreditando que o candidato do Partido dos Trabalhadores vai afastar-se «das franjas mais esquerdistas» do partido.

O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), Joaquim Ramos Silva, adiantou recentemente ao jornal «Estado de São Paulo» que «se o novo presidente brasileiro não mantiver a abertura aos investimentos estrangeiros, os capitais portugueses vão migrar para os países da Europa Oriental que deverão aderir à União Europeia».

No entanto, as principais empresas portuguesas não equacionam desinvestir do Brasil.

As acções da PT cotavam nos 5,97 euros a subir 5,29%, enquanto a EDP seguia inalterada nos 1,56 euros.

Por Bárbara Leite

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