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Real cai com vitória de Lula da Silva nas eleições brasileiras
O real seguia hoje a descer 1,6% contra o dólar, com os investidores preocupados com as medidas económicas e a equipa que o novo presidente do Brasil, Lula da Silva, vai apresentar para liderar a maior economia da América Latina.
O real descia 1,6%, com o cada dólar a valer 3,7870 divisas do Brasil. O real e as obrigações brasileiras registam uma queda de cerca de 30% este ano, com os investidores «assustados» com a eleição de Lula como presidente do Brasil.
Nas eleições de ontem Lula da Silva recebeu o apoio de 61% dos eleitores brasileiros, tornando-se o líder de um país do mundo ocidental a recolher o maior número de votos de sempre.
Os investidores aguardam que Lula divulgue o novo ministro das Finanças e o presidente do Banco Central do Brasil, antes de tomarem uma posição mais definida no mercado.
Lula da Silva direccionou o discurso da vitória para os problemas sociais do Brasil, afirmando que a prioridade é alimentar os pobres.
Lula já afirmou que quer reanimar a economia brasileira, que estagnou nos últimos 12 meses, baixando também os juros que estão nos 21%, um máximo de três anos.
Lula da Silva deverá anunciar já hoje as medidas económicas que pretende implementar para cumprir as promessas eleitorais, divulgando a equipa económica nos próximos dias, as medidas agora mais aguardadas pelos investidores, que reconheciam como certa uma vitória de Lula nas eleições.
Na campanha eleitoral o candidato do Partido Trabalhista comprometeu-se a cumprir o pagamento da dívida pública brasileira, o que permitiu ao real registar uma recuperação nos dias antes das eleições.
Os investidores temem que o Brasil deixe de cumprir o pagamento da dívida de 300 mil milhões de reais que o país tem, o que a acontecer seria a maior insolvência pública de sempre, caso Lula adopte medidas sociais agressivas, deixando de lado o cumprimento das obrigações financeiras do país.
Já depois de ter garantido a eleição como novo presidente do Brasil, Lula pediu «fé» aos investidores.
Os mercados accionistas dos países com empresas mais expostas ao Brasil, como Portugal e Espanha, seguiam hoje a subir, dado terem já descontado uma vitória de Lula.