A Empresa Bandeirante de Energia, unidade brasileira da EDP, vai proceder a um aumento das tarifas em cerca de 19%, por forma a combater a subida dos custos derivada da desvalorização do real.

Este aumento serve também para fazer face ao incremento dos custos fixos tais como despesas com o pessoal e pagamentos a fornecedores. Por lei, as companhias brasileiras de electricidade podem rever as tarifas anualmente.

O aumento agora anunciado incorpora o efeito dos elevados preços cobrados pela hidroeléctrica estatal de Itaipu, que cobra em dólares e fornece cerca de um terço do total de energia distribuída.

«Esse reajuste levou em consideração uma inflação verificada, no período, de 13,32% e uma expressiva alta na taxa de câmbio utilizada para pagamento da energia de Itaipu», referiu a Bandeirante em comunicado.

Do total dos aumentos 16,56% são relativos ao repasse dos custos de energia, referentes à Parcela A, e a diferença refere-se à denominada Parcela B, que representa o quanto a Bandeirante terá como disponível para honrar seus compromissos com investimentos, serviços, juros, salários e outros, esclarece a mesma fonte.

As preocupações dos investidores relativas ao desfecho das eleições brasileiras levaram o real a desvalorizar para mínimos históricos, mergulhando o país numa crise cambial com reflexos na inflação, que se encontra nos 13,92%. O real acumula uma perda de 46,21% face ao euro e de 40,81% contra o dólar desde o início do ano

A EDP seguia a ganhar 1,92% para os 1,59 euros.