«Não acredito na concentração do sector da construção em Portugal», afirmou hoje Vera Pires Coelho, presidente do conselho de administração da Edifer, no Porto. Em sua opinião, as principais empresas do sector não têm capacidade financeira para adquirirem outras empresas de menor dimensão.

No caso da Espanha, referiu que o movimento de concentrações tem o apoio da banca e a «total cumplicidade do Governo». Na opinião de Vera Pires Coelho, o processo de fusões é também muito complicado e raramente é levado a cabo com sucesso.

O grau de internacionalização do sector da construção civil é «baixíssimo», porque é preciso estrutura financeira. Os mercados alvo do sector são os PALOP, países do Leste, Marrocos e a Argélia.

Neste país existem planos de investimento apoiados pelo governo português. «Não acredito que uma empresa portuguesa consiga ter um factor distintivo das empresas alemãs ou suecas, que têm muito capital», afirmou a responsável.

«A construção é uma actividade muito pendente do poder político e, no caso de Portugal, há falta de financiamento dos projectos», afirma Vera Pires Coelho, que se afirma muito céptica em relação «à internacionalização como alternativa de volume de negócios».