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Valor global de fusões e aquisições aumenta 24% no primeiro semestre
Apesar das altas taxas de juro, da inflação persistente e dos riscos geopolíticos, as empresas evidenciam uma maior versatilidade nos tipos de transações que escolhem e na forma como estas são realizadas, refere o relatório da Bain & Company.
O valor global das fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) aumentou 24% no primeiro semestre de 2024 face a período homólogo, aponta o relatório M&A Midyear Report 2024: Dealmakers Mine Multiple Sources of Value da Bain & Company. Este aumento, segundo a consultora estratégica, deve-se em grande medida às operações nos setores da energia e da tecnologia.
O estudo indica que o capital privado (private equity) e o capital de risco (venture capital) parecem ter já atingido o fundo e começam a melhorar. No entanto, os gestores ainda não conseguiram acelerar o ritmo devido ao alto custo dos empréstimos, à lentidão das saídas e aos problemas para captar fundos. Em termos regionais, a Europa, as Américas, o Médio Oriente e África continuam a registar um aumento na atividade comercial, enquanto a Ásia-Pacífico enfrenta mais um ano de retrocesso.
Apesar das altas taxas de juro, da inflação persistente e dos riscos geopolíticos, as empresas evidenciam uma maior versatilidade nos tipos de transações que escolhem e na forma como estas são realizadas, refere o relatório. Estas estratégias de M&A não só procuram rentabilidade como também se estão a expandir para novos segmentos de clientes ou mercados.
No setor de energia, as grandes operações representaram cerca de 25% do valor total das transações nos primeiros cinco meses de 2024. O impulso alcançado no final de 2023 manteve-se em 2024 graças aos grandes negócios, como a oferta da Diamondback Energy pela Endeavor e a aquisição da Marathon Oil pela ConocoPhillips, avaliadas, respetivamente, em 26.000 e 23.000 milhões de dólares.
Segundo o estudo, 90% das operações do setor energético nos primeiros seis meses deste ano centraram-se principalmente no petróleo e no gás, refletindo o facto de se antecipar que as empresas e consumidores continuarão a depender destes recursos durante muito tempo, bem como a necessidade de as empresas energéticas reforçarem as suas posições nestes mercados.
Por seu lado, o setor tecnológico registou uma recuperação parcial e lenta. Mas, de acordo com o relatório da Bain & Company, embora o volume de transações tenha diminuído face a anos anteriores, o valor dessas transações quase duplicou em termos anuais.
Além disso, a consultora destaca o crescente interesse pela inteligência artificial (IA) generativa. No primeiro trimestre de 2024, foram realizadas 11 aquisições de empresas deste setor e efetuados 110 investimentos iniciais num valor total de 7.500 milhões de dólares.
"As empresas estão a reestruturar as suas estratégias de M&A para se adaptarem a condições macroeconómicas em mudança. A flexibilidade e a capacidade de inovar no desenho dos acordos vão ser fundamentais para capitalizar as oportunidades do mercado atual", afirma Álvaro Pires, sócio da Bain & Company.