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UE proíbe cigarros mentolados mas tabaqueiras já têm alternativas

Com a proibição dos cigarros mentolados pela União Europeia, as gigantes da indústria do tabaco procuram formas criativas de continuarem a oferecer aos fumadores a sua dose de mentol.

08 de Fevereiro de 2020 às 18:00
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Em janeiro, a Imperial Brands começou a vender tiras que podem ser inseridas num maço de cigarros ou numa bolsa para tabaco de enrolar para se obter o aroma de menta. A rival Japan Tobacco lançou cigarrilhas - pequenos charutos que não estão incluídos na proibição - com cápsulas que libertam mentol ao pressionar um botão.

Em maio, a UE proibirá a venda de cigarros mentolados. Embora representem menos de 5% do mercado na Europa Ocidental, segundo José Becerril, analista da Euromonitor, esses produtos geram vendas de 11 mil milhões de dólares em todo o continente.

Os cigarros aromatizados têm sido alvo de grupos antitabagismo por alegadamente estimularem o vício disfarçando o sabor do tabaco. A organização Action on Smoking and Health criticou a Imperial e a Japan Tobacco, dizendo que as empresas estão a tentar esquivar-se à futura proibição com os novos produtos.

"É um comportamento vergonhoso de empresas que dizem que não estão a tentar viciar jovens", disse Deborah Arnott, presidente da Action on Smoking and Health. "Se o governo não agir rapidamente para acabar com essas práticas, acreditamos que estas se espalharão rapidamente."

Nos Estados Unidos, a FDA, agência que regula fármacos e alimentos, já proibiu a maioria dos cigarros com sabores e está a analisar opções para regular o mentol. A abordagem das tabaqueiras à proibição da UE pode dar algumas pistas sobre o que fariam se os EUA adotassem uma medida semelhante.



O mentol é um negócio muito maior nos EUA, onde este tipo de cigarros representa 30% das vendas.

No entanto, existem locais na Europa onde estes produtos também são muito populares. No Reino Unido, cerca de 25% do mercado é composto por cigarros mentolados e "crushball", que contêm sabores que podem ser ativados com o acionamento de um clique, de acordo com o porta-voz da Imperial, Simon Evans. Esse segmento corresponde a cerca de 4,7 mil milhões de dólares, segundo a Euromonitor.

As medidas da UE intensificarão a concorrência para atrair fãs do mentol para alternativas, incluindo o IQOS, o dispositivo de tabaco aquecido fabricado pela Philip Morris International, que não está abrangido pelas novas regras. No ano passado, a gigante lançou tabaco aquecido de mentol para o IQOS.

Embora existam poucas evidências de que os cigarros mentolados são mais tóxicos ou arriscados do que os cigarros comuns, grupos de saúde pública dizem que esses produtos atraem jovens e podem causar maior dependência, pois é menos provável que esses fumadores consigam deixar o vício.

Os países da UE aprovaram a proibição em 2016. A medida não se aplica às tiras de infusão vendidas pela Imperial, porque são considerados acessórios para fumar e não produtos de tabaco.

"Haverá algum tipo de impacto", disse Nico von Stackelberg, analista da Liberum, que considera que os fumadores mais jovens podem optar por uma das muitas alternativas, enquanto os mais velhos podem ter mais dificuldades na adaptação e acabar por deixar a nicotina.


(Artigo original: Europe’s Menthol Ban Has Tobacco Firms Thinking Outside the Pack)

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