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Trabalhadores da Repsol aceitam 80% do vencimento em "lay-off"

Os trabalhadores da Repsol Polímeros decidiram, hoje à tarde, em reunião, aceitar a proposta da empresa para as condições do "lay-off", com 80 por cento dos salários e dos subsídios, revelou a Comissão de Trabalhadores à Agência Lusa.

29 de Junho de 2009 às 20:53
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Os trabalhadores da Repsol Polímeros decidiram, hoje à tarde, em reunião, aceitar a proposta da empresa para as condições do 'lay-off', com 80 por cento dos salários e dos subsídios, revelou a Comissão de Trabalhadores à Agência Lusa.

O acordo alcançado em negociações entre a Comissão de Trabalhadores e a Repsol, na sexta-feira, foi aprovado por maioria, numa votação em que participaram 241 trabalhadores.

Francisco Torres, coordenador da Comissão de Trabalhadores, disse, em declarações à Agência Lusa, que "o acordo alcançado concorda com a rotatividade para 50 por cento dos trabalhadores", com "pagamento de 80 por cento da retribuição base e dos subsídios", bem como da "comparticipação habitacional".

"Os benefícios sociais serão pagos a 100 por cento, nomeadamente o de infantário e o de estudos, e o seguro de saúde mantém-se", acrescentou, referindo que o acordo terá reavaliações mensais.

"O 'lay-off' vai ser rotativo, com 270 trabalhadores de cada vez, 21 dias cada, à excepção dos trabalhadores do 'cracker', em que a rotatividade é de 15 dias em 15 dias", confirmou Daniel Silvério, trabalhador da empresa e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas.

A entrada em 'lay-off' está prevista, segundo o sindicalista, para 10 de Julho e poderá prolongar-se até 31 de Dezembro.

O SINQUIFA opõe-se a este 'lay-off', argumentando que "o dinheiro que a Repsol poupa com o corte nos salários não é significativa para a empresa".

Daniel Silvério afirmou que o sindicato, em conjunto com os trabalhadores, vai "entregar em mão" uma carta ao primeiro-ministro, "para contestar o 'lay-off'".

Para além disso, o SINQUIFA pretende ainda "solicitar audições" às autarquias, aos grupos parlamentares e ao Ministério da Economia.

Os trabalhadores da Repsol receberam uma carta da empresa, a 25 de Junho, em que a empresa informa que vai entrar em 'lay-off', durante "seis meses", suspensão que se aplicará a 50 por cento dos 447 trabalhadores.

A empresa justifica a medida com a "drástica queda da procura de produtos petroquímicos, que se tem vindo a observar nos últimos meses como consequência da crise económica internacional".

A Comissão de Trabalhadores reúne-se terça-feira, às 10:00, com a Administração da Repsol, adiantou Francisco Torres, que explicou que a empresa irá depois entregar o processo ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.

O Município de Santiago do Cacém, onde "residem 75 por cento" dos trabalhadores do Complexo Petroquímico da Repsol Polímeros, em Sines, já manifestou a preocupação com esta situação, tendo aprovado sexta-feira uma "moção de solidariedade", em Assembleia Municipal, para com os trabalhadores, referiu o presidente da autarquia, Vítor Proença.

"Esta situação tem reflexo no orçamento das famílias e isso reflecte-se na economia de todo o Município", disse.

Também o presidente da Câmara de Sines, Manuel Coelho, manifestou "preocupação e inquietação" apontando "duas razões: Os trabalhadores que ficam numa situação precária, por redução dos salários e incerteza quanto ao futuro, e a questão dos investimentos para Sines".

"Não podemos ficar paralisados perante a crise", sublinhou, mencionando que a repercussão negativa que a situação na Repsol Polímeros tem "na economia local e nas empresas

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