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Trabalhadores da TSF, DN, JN e O Jogo avançam para greve no dia 10 de janeiro

A Comissão Executiva do Global Media Group informou na quinta-feira os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é "extremamente grave". 

Cofina Media
Lusa 29 de Dezembro de 2023 às 20:47
As redações do Jornal de Notícias, TSF, O Jogo e Diário de Notícias, detidas pelo Global Media Group (GMG), aprovaram a realização de uma greve a 10 de janeiro, segundo um comunicado conjunto enviado à Lusa.

"As redações de Jornal de Notícias, TSF, O Jogo e Diário de Notícias, títulos do Global Media Group, aprovaram, unanimemente, a realização de uma greve para o dia 10 de janeiro de 2024", lê-se na nota.

"Somos imunes à básica estratégia de dividir para reinar. A luta de cada um de nós é a luta de todos. Estamos unidos na defesa dos nossos direitos, do jornalismo e da democracia", remata o comunicado, assinado pelos delegados sindicais.

Segundo disse à Lusa Augusto Correia, do Sindicato dos Jornalistas e trabalhador do Jornal de Notícias, o pré-aviso de greve já foi enviado para a DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) e para a administração do GMG. 

O mesmo responsável disse ainda que alguns trabalhadores do grupo receberam o salário, mas não todos. 

Os trabalhadores do Diário de Notícias (DN) deliberaram também hoje aderir a ações de protesto concertadas com o resto dos profissionais do GMG, segundo um comunicado. 

Na nota, publicada na sequência de um plenário que hoje se realizou, a redação do DN deliberou "aderir às ações de protesto concertadas com o resto do grupo" designadamente à greve convocada. 

Na nota, o plenário do periódico disse que iria "pedir aos acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, subscritores do 'esclarecimento dos acionistas da Global Media Group (GMG)' tornado público nesta sexta-feira [hoje], que clarifiquem como pretendem 'restaurar a credibilidade da GMG e das suas marcas', assim como em que consiste a 'firme intenção' de 'reverter a inusitada situação a que a empresa foi conduzida'".

A redação do DN lembrou que "sofreu a mais forte redução de quadros da sua história centenária sob a administração destes acionistas" e chamou "a atenção para o facto de que a existência de uma suposta guerra entre acionistas, declarada no citado 'esclarecimento', só confirma que é dos vários acionistas a responsabilidade pela situação - sendo os trabalhadores, que sempre cumpriram as suas obrigações, as vítimas".

Os trabalhadores do DN recordaram "os apelos que já fizeram à sociedade civil para que se mobilize no sentido de encontrar medidas concretas de salvação não só do DN como de todos os títulos do GMG".

Os acionistas do GMG, Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira afirmaram hoje que foi o "manifesto incumprimento" de obrigações pelo World Opportunity Fund que impediu o pagamento de salários aos trabalhadores.

"Existe uma situação de manifesto incumprimento por parte do World Opportunity Fund, Ltd quanto a obrigações relevantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades da empresa", sustentam estes acionistas num comunicado.

A Comissão Executiva do GMG informou na quinta-feira os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é "extremamente grave". 

Também na quinta-feira, o Governo manifestou perplexidade com as dificuldades financeiras alegadas pelo GMG, lembrando a intenção de "investimento no jornalismo" do novo acionista, quando este entrou no grupo.

"Gera a maior das perplexidades que, após a entrada de um novo acionista num grupo económico - a qual foi acompanhada de declarações de investimento no jornalismo -, se tenha passado rapidamente para afirmações de sentido contrário, que culminaram, no dia de hoje, no anúncio de que os salários do mês de dezembro não serão pagos na data devida", destacou o Ministério da Cultura, em comunicado.

O programa de rescisões no GMG foi prolongado até 10 de janeiro, confirmou, na semana passada, à Lusa fonte oficial da administração.

 
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