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Torre Bela diz que só soube do massacre de animais "através da comunicação social"

Os responsáveis da Herdade da Torre Bela, onde ocorreu o abate de 540 animais, dizem que a montaria foi feita de "forma errada, ilegítima e abusiva".

D.R.
Rafaela Burd Relvas rafaelarelvas@negocios.pt 24 de Dezembro de 2020 às 10:15
Uma semana depois da montaria que resultou no abate de 540 animais, os donos da Herdade da Torre Bela, na Azambuja, vieram repudiar o episódio, do qual dizem só ter tido conhecimento através da comunicação social.

"A Herdade da Torre Bela repudia firmemente a forma errada, ilegítima e abusiva como decorreu uma montaria na sua propriedade, no passado dia 17 de dezembro, tendo tido conhecimento do sucedido 'a posteriori' e apenas através da comunicação social", pode ler-se no comunicado enviado às redações pelos responsáveis da herdade.

Em causa, recorde-se, está uma montaria com 16 caçadores, promovida pela empresa espanhola Huntings Pain Portuagal, que decorreu na semana passada nesta propriedade privada. A herdade é cercada, pelo que os animais não conseguiriam fugir. A ação levou ao abata de cerca de 540 animais, entre javalis veados.

Quando o caso foi denunciado, no início desta semana, os responsáveis da Herdade da Torre Bela disseram, ao jornal O Mirante, não ter qualquer conhecimento desta ação.

Os mesmos responsáveis afirmam, agora, que estão a colaborar, desde o início, com as autoridades. "A Herdade da Torre Bela está, desde o primeiro momento, a colaborar de forma estreita e permanente com as autoridades competentes com vista ao cabal esclarecimento do ocorrido e ao total apuramento de responsabilidades, e reserva-se o direito de adotar as medidas judiciais adequadas, para ser ressarcida de todos os prejuízos provocados por este lamentável acontecimento", indica o mesmo comunicado.

Os donos da Torre Bela frisam, ainda, que a herdade "não era a entidade exploradora da referida caçada nem organizou ou nela participou, direta ou indiretamente, e, por isso, não tem qualquer responsabilidade no sucedido".

E ressalva: "É inequívoco que o grupo de caçadores excedeu em larga medida os direitos de caça adquiridos, ultrapassando os limites acordados por contrato com a entidade exploradora e que se coadunam com o permitido pela licença de zona de caça que se encontrava, à data, em vigor".

Esta terça-feira, depois de o episódio ter sido divulgado, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, ordenou ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a revogação imediata da licença de caça da Herdade da Torre Bela. Será, ainda, apresentada uma queixa ao Ministério Público.
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