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Crowdfunding: Todos ajudam e o financiamento aparece

O "crowdfunding" ainda está a dar os primeiros passos em Portugal, mas são cada vez mais as plataformas de origem nacional para captar apoio para os mais diferentes projectos, desde negócios a iniciativas de carácter social

Miguel Baltazar/Negócios
28 de Janeiro de 2014 às 00:08
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Encontrar alternativas de financiamento torna-se fundamental quando a banca tem cada vez mais restrições na atribuição de crédito. O "crowdfunding" já é muito utilizado em mercados como o norte-americano. Em Portugal está a dar os primeiros passos.

O número de projectos de origem nacional ainda é reduzido, mas está a crescer. O mesmo se passa com as plataformas lusas destinadas a recorrer a este tipo de financiamento. Casos disso são a Zarpante que investe em projectos culturais e a Olmo que aposta em iniciativas sociais. Ambas pensam no mundo lusófono como palco de financiamento e são dois exemplos do que está a ser feito em Portugal.

"A necessidade faz o engenho", assim diz o ditado popular. Se é difícil captar apoios das instituições financeiras que tal sensibilizar quem se identifica com os projectos para garantir o incentivo financeiro? Alguns empreendedores estão a querer dar uma ajuda. Anne-Charlotte Louis e Henrique Moretzsohn de Andrade, fundadores da Zarpante, admitem que "o medo", ainda é o principal obstáculo para o crescimento deste tipo de apoio. "O medo da novidade e por consequência do ‘crowdfunding’ e da Internet", dizem. Anne-Charlotte e Henrique recordam: "na data de nossa criação [em 2011), não existiam leis realmente definidas em relação ao ‘crowdfunding’. Esperamos rapidamente poder oferecer um espaço a pequenos empreendedores portugueses que queiram encontrar fundos para suas start-ups".

Se dar dinheiro for um entrave a Olmo contorna-o, incentivando a doação de bens. "Temos um

Ao contribuir com valores muitas vezes simbólicos (50, 100 euros, e mais) para um projecto de Crowdfunding, as empresas podem ganhar visibilidade além de fidelizar o público que já tem.

 

Anne-Charlotte Louis e Henrique Moretzsohn de Andrade

projecto para uma biblioteca e as pessoas podem doar os livros que quiserem em vez de dinheiro", explicou Domingos Farinho da Olmo. Esta plataforma acolhe "dois tipos de utilizadores aqueles que querem doar: bens, serviços ou dinheiro e pessoas colectivas que querem submeter projectos sociais", explica. Para já estão em destaque os projectos de Moçambique e São Tomé e Príncipe, mas o responsável afiança que a plataforma também terá projectos em Portugal. Uma coisa é certa, todos são criteriosamente escolhidos e contam com parceiros locais, caso sejam foram do País, que validam a entrega dos bens e do dinheiro.

Estas duas plataformas têm formas de negócio diferentes. A Olmo constituiu-se como associação sem fins lucrativos e procura apoios de empresas que se queiram tornar associados e apoiar a iniciativa, bem como donativos. Já a Zarpante cobra uma comissão de 7% sobre os fundos arrecadados. "Mas, como as comissões cobradas estão entre as mais baixas do mercado, não basta que um projecto seja aprovado para que Zarpante seja rentável e precisaríamos aprovar um numero elevado de projectos por mês ", acrescentam.

Agora a chave do sucesso de ambas está no aumento da confiança do público e na concretização de projectos.

 
Kickstarter. E assim se financia um filme nos Estados Unidos 

A Kickstarter é das plataformas de "crowdfunding" mais populares do mundo. E o nível de maturidade dos Estados Unidos neste tipo de financiamento faz com que a dimensão dos projectos tenha outra escala, podendo-se falar de milhões de dólares angariados. O actor e realizador Zach Braff foi o primeiro a conseguir o financiamento para um filme com recurso a este tipo de mecanismo. O filme "Wish I Was Here" conseguiu, no final do ano passado, 3,1 milhões de dólares de apoio, com mais de 46 mil investidores. Já este ano o realizador garantiu a venda dos direitos do filme à Focus Features, garantindo a sua distribuição. E se o Kickstarter é das plataformas mais populares, a Indiegogo surge na segunda posição, com campanhas de projectos de negócio ou de iniciativas humanitárias de ajuda a famílias carenciadas.   

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