O comboio de alta velocidade (TGV) vai estar hoje em discussão no Parlamento, numa organização da comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Mário Lino, ministro das Obras Públicas, vai estar na sessão de abertura, esperando-se que a ajudicação do primeiro troço da ligação Lisboa-Madris esteja pronta para avançar em Julho. Segundo o jornal “i”, mesmo que a decisão aconteça em Julho, seguindo o calendário previsto, a formalização da adjudicação pode não estar concluída antes das legislativas.

As propostas para o troço Poceirão-Caia já foram entregues e, tal como o Negócios noticiou recentemente, o Estado português teve de assumir parte do risco envolvido no financiamento.

O PSD tem falado da importância do Governo não tomar decisões sobre estes projectos de investimentos em véspera de eleições. As eleições legislativas ainda não estão marcadas, ainda que o presidente da República Cavaco Silva tenha já afirmado que as datas poderão ficar decididas ainda durante o mês de Junho.

No debate marcado para hoje na Assembleia da República estarão em discussão vários pontos de vista políticos, com especial destaque para a viabilidade económica e financeira do projecto. Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, que é um dos oradores reitera a sua convicção de que não há meios disponíveis para todas as obras públicas.

Hoje o TGV faz mesmo manchete no “Diário de Notícias”, que alerta para o facto de Portugal já ter garantido 1,34 mil milhões de euros em fundos comunitários. O projecto do TGV nacional, que prevê a ligação Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto e Porto-Vigo, tem um custo total previsto de 7,7 mil milhões de euros.