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Templo e MCoutinho financiam projecto empresarial chinês em antiga têxtil

A "Templo - Gestão de Investimentos, SA" e o grupo "MCoutinho" são os dois maiores accionistas da sociedade MCSEM, que está por detrás do projecto imobiliário, avaliado em 50 milhões de euros, que irá transformar a antiga Fábrica de Mindelo num centro empresarial, disse ao Negócios o administrador, Pedro Barros.

29 de Fevereiro de 2012 às 14:00
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50 milhões e mais chineses. Demorou três anos a arrancar este grande investimento na transformação da antiga fábrica no novo "MindeloPark". Para vender tecnologia e produtos de capital intensivo será precisa uma nova vaga de imigrantes.


A "Templo - Gestão de Investimentos, SA" e o grupo "MCoutinho" são os dois maiores accionistas da sociedade MCSEM, que está por detrás do projecto imobiliário, avaliado em 50 milhões de euros, que irá transformar a antiga Fábrica de Mindelo num centro empresarial, disse ao Negócios o administrador, Pedro Barros.

O novo espaço, que começará a ser construído e comercializado no primeiro semestre deste ano, será dedicado a sectores de capital intensivo e de maior valor acrescentado, como a electrónica e as novas tecnologias. O líder dos chineses em Portugal acredita que o empreendimento de dois pisos, que terá zona de diversão e venda directa ao público, "vai trazer nova vida, novas pessoas e, possivelmente, novos produtos e conceitos" à participação económica da comunidade.

À face da estrada nacional, a poucos metros da Zona Industrial da Varziela, o MindeloPark vai revitalizar os 80 mil metros quadrados – 30 mil para 150 lojas e o restante para armazéns – que ocupava a têxtil, encerrada há 13 anos. Quando o embrião foi apresentado em 2009, estimaram-se dois mil novos empregos. "As coisas não foram tão depressa, também por causa da crise", relata Y Ping Chow.

A Liga dos Chineses é o parceiro comercial, "mas não tem investimento directo no projecto". O novo vizinho da frente da ex-Qimonda está a cargo da MCSEM, que tem como um dos principais accionistas e financiadores a Templo. Y Ping Chow garante que esta sociedade está ligada ao BES e é presidida por Murteira Nabo, que o Negócios contactou, sem sucesso. O banco liderado por Ricardo Salgado disse que "a gestora referida não tem relação accionista com o BES".

Apesar de confiar no projecto, que pode servir de "âncora" para a actual "Chinatown" de Vila do Conde, Y Ping Chow adverte que há ainda dois "condicionalismos". Um financeiro – "sem garantia de financiamento nenhum comprador vai avançar neste momento" – e outro legal, pressionando o Governo para rever a atribuição de vistos a imigrantes empreendedores.

É que, conclui Y Ping Chow, a aposta noutros sectores exige atrair novos imigrantes. "E para buscar lá fora temos de ter automaticamente uma garantia que conseguem resolver o problema da autorização de residência. Sem isto [garantia que será possível a legalização] também não iremos avançar", avisa o líder da comunidade, a quem "os empresários da China têm mostrado uma visão favorável a este projecto".



A frase
"Pode aumentar o investimento noutros sectores, de capital intensivo e novas tecnologias. Algo que a actual comunidade não sabe fazer." Y PING CHOW


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