O presidente do Grupo Telefónica no Brasil, Antonio Carlos Valente, vai tentar convencer na próxima quinta-feira os conselheiros do regulador brasileiro das comunicações, Anatel, de que a operação de compra da TIM tem como foco o mercado europeu e que o negócio não afectará a actuação das duas empresas no Brasil.

O negócio tem que ser notificado oficialmente ao órgão regulador até o dia 21 de Maiomas o executivo admitiu que ainda há dúvidas jurídicas sobre quem deve fazer essa comunicação oficial, se a Telefónica ou a Telecom Itália.

António Carlos Valente, citado pela Folha Online, disse ontem que o grupo ficará "totalmente desvinculado" do processo de discussão e de tomada de decisão sobre as ações da Telecom Itália nos mercados brasileiro e argentino, onde há sobreposição de interesses das duas empresas.

"O nosso foco é produzir uma acção adequada junto à Telecom Itália em outros mercados, em que não estamos, e em que pode ser de interesse a actuação conjunta", disse o executivo, ao comentar que o negócio, da forma como foi feito, deverá deixar os organismos reguladores e autoridades "absolutamente confortáveis".

"Existe um conjunto de outros mercados que são importantes para o grupo Telefónica, e nos mercados onde existe essa superposição de actividades, a nossa intenção, manifestada desde o primeiro momento, e que está contemplada em todos os acordos, é que nós não iremos tomar nenhuma atitude, não vamos participar de maneira nenhuma em decisões que envolvam esses países [Brasil e Argentina]", disse o executivo, que destacou a possibilidade de somar a Alemanha, a Holanda, a República Tcheca, a Eslováquia a Inglaterra e a Irlanda, onde a Telecom Italia teria actuação importante.