A operadora de telecomunicações espanhola vai dar "luz verde" esta semana à venda de 75% da Endemol, operação que lhe permitirá encaixar mais de dois mil milhões de euros. Com esta "injecção" de capital a Telefónica poderá entrar com uma posição minoritária – entre 5% a 10% – na Telecom Itália sem com isso prejudicar os seus planos de adquirir os 50% da Portugal Telecom na Vivo.

Segundo o "El País" de hoje, na próxima quarta-feira o conselho de administração da Telefónica irá reunir-se para estudar a entrada no capital da Telecom Itália e para dar "luz verde" ao processo de venda da produtora do "Big Brother". Além disso, ainda esta semana a operadora espanhola apresentará os seus resultados anuais e, sublinha o diário espanhol, na próxima sexta-feira irá dar o seu apoio à Sonaecom na assembleia geral de accionistas da Portugal Telecom.

O assunto mais urgente que estará na reunião da administração dos espanhóis é a oferta da Pirelli para a Telefónica entrar no capital da Telecom Itália. Apesar da operadora espanhola só se ter limitado a confirmar contactos iniciais com a Pirelli, que detém 18% da Telecom Itália através da Olímpia, a Telefónica poderá vir a adoptar uma posição mais firme até 8 de Março, dia em que se realiza o conselho de administração da operadora italiana que elegerá os novos administradores. A Telefónica quer já garantir a colocação de um administrador na Telecom Itália.

Em caso de concretização da entrada na operadora italiana, a Telefónica já assegurou um mecanismo para o financiar, sem com isso comprometer o seu objectivo de não gastar mais de 1,5 mil milhões de euros em aquisições até ao final deste exercício.

O "El País" aponta que este mecanismo passa pela venda dos 75% da Endemol que a Telefónica detém. Segundo o diário espanhol, esta venda permitirá um encaixe de pelo menos 2 mil milhões de euros. Além desta venda, a Telefónica deverá ainda alienar a venda da Airwave, subsidiária de comunicações de emergência da britânica O2, que deverá gerar um encaixe de três mil milhões de euros.

Com estas vendas, diz o "El País", César Alierta terá "poder de fogo" suficiente não só para entrar na Telecom Itália como para comprar a metade da Vivo que está nas mãos da Portugal Telecom.