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OE2025: PS lamenta "total ausência" das prioridades do PS e alerta para "vaga de privatizações"

Líder parlamentar do PS reagiu à proposta orçamental apresentada pelo Governo, dizendo que "há uma total ausência de qualquer uma das propostas que o PS tinha feito" e "falta de ambição" quanto à economia. Alerta ainda para a intenção do Executivo de Luís Montenegro em avançar com uma "vaga de privatizações".

Miguel Baltazar
10 de Outubro de 2024 às 19:04
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A líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Alexandra Leitão, lamentou esta quinta-feira a "total ausência" na proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2025) de propostas apresentadas pelo PS, no âmbito das negociações para garantir a viabilização do documento na Assembleia da República, e acusou o Executivo de Luís Montenegro de estar a estudar uma nova "vaga de privatizações".

"Há uma total ausência de qualquer uma das propostas que o PS tinha feito como sugestão de utilização das verbas de despesa pública", afirmou Alexandra Leitão, em conferência de imprensa após conhecida a proposta orçamental, lembrando que os socialistas tinham definido três grandes "prioridades" para viabilizar a proposta orçamental: aumento extraordinário das pensões, negociação com os profissionais de saúde que privilegie e "remunere bem" uma exclusividade "voluntária" no SNS, e a criação de um fundo para habitação para a classe média e alojamento estudantil.

Por outro lado, Alexandra Leitão acusou o Governo de prever, no relatório que acompanha a proposta do OE2025 uma "vaga de privatizações". "Não é usada a palavra privatização, mas é referida a criação de um grupo de trabalho que vai olhar para o setor empresarial do Estado numa lógica alienação quer de participações quer da presença do Estado", disse.

Além disso, criticou o facto de o Governo avançar com uma majoração fiscal para as empresas que paguem seguros de saúde privados aos trabalhadores, que vai privilegiar o setor privado. "Esta é uma clara forma de retirar verbas da saúde pública, que é financiada pelos impostos, e pô-las do setor privado, nos tais seguros privados. Essa é uma transferência direta para os privados", argumentou.

A juntar a isso, disse ainda que há uma "falta de ambição" quanto à economia. "Para um OE cujo relatório começa a falar da suposta estagnação económico dos anos de governação socialista, noto que o crescimento económico nos últimos dois anos foi de 2,2%, salvo erro, e o que está previsto é de 2,1%. Na verdade, em matéria de ambição, se 2,2% é estagnação, 2,1% é ainda mais estagnação", sublinhou a líder parlamentar socialista.

Recusando-se a avançar já com um sentido de voto à proposta, Alexandra Leitão referiu que o PS precisa agora de analisar o documento "com todo o cuidado" e que essa análise "tem de ser feita enquadrada com o plano de médio prazo". "Só com essa análise poderemos ter uma visão completa das circunstâncias", concluiu.

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