A Tele2 reiterou ontem a força e validade dos argumentos da queixa que apresentou à Autoridade da Concorrência contra a Portugal Telecom (PT) por práticas anti-concorrenciais.

Em resposta ao "contra-ataque" da Portugal Telecom (PT), que acusou a operadora alternativa de "fraude", "publicidade enganosa", "falsificação" e "abuso de confiança", a Tele2 emitiu um comunicado onde "reitera" que a queixa que apresentou "está devidamente estruturada e apresenta provas fundamentadas relativas às violações pelo Grupo PT da legislação em vigor".

Em relação às acusações propriamente ditas, a operadora liderada por Ignacio de Montis esclarece "que os seus vendedores são profissionais credenciados que pertencem a empresas acreditadas e auditadas", contestando assim a acusação da PT de que os vendedores da Tele2 "se fazem passar por vendedores da PT e que abusivamente usam o nosso nome e levam alguns clientes a assinar contratos com a Tele2".

A operadora alternativa recorre ainda aos "estudos da Marktest" para referir que "os clientes Tele2 são os mais satisfeitos com o seu operador", ao contrário do apontado pela Portugal Telecom que diz "ter recebido muitas queixas de clientes que se sentem lesados" pela subsidiária portuguesa do grupo Tele2.

Em três anos esta operadora alternativa já angariou uma quota de 15% do mercado nacional.

A Tele2 fez chegar na segunda-feira uma queixa à Autoridade da Concorrência onde pede a aplicação de uma coima de 204 milhões de euros (10% do volume de negócios) à PT Comunicações por práticas anti-concorrenciais.


Segundo o advogado da Tele2, o regulador deverá pronunciar-se "dentro de três a seis meses" sobre a queixa, contactando antes os restantes operadores alternativos para ver se as queixas da Tele2 contra a Portugal Telecom são comuns ao resto do mercado.