O Estado perdeu o estatuto de maior accionista da Cimpor para a Teixeira Duarte e seu principal parceiro financeiro, o Banco Comercial Português (BCP). Este bloco detém 15,85% do capital contra os 15,62% do Estado, noticiou hoje o «Diário Económico».

A construtora liderada por Pedro Maria Teixeira Duarte possui 11,15% das acções, enquanto o Grupo liderado por Jorge Jardim Gonçalves detém 4,7%. A operação com vista a conseguir ser o maior accionista, tem vindo a decorrer, desde o ínicio do ano, com a construtora a comprar em bolsa mais de 1% do capital da cimenteira.

O Estado controla directamente 10,05% do capital da Cimpor com uma «golden share», ou seja tem o direito de veto em decisões estratégicas. No entanto, tem sofrido pressões a nível comunitário no sentido de prescindir desse direito. Através do IPE-Investimentos e Participações Empresariais, que detém 2,67% da cimenteira, e através dos CTT-Correios de Portugal, SA e da CGD ( Caixa Geral de Depósitos), ambos com 2,9% da Cimpor, o Estado tem uma participação global de 15,62%.

O alienar da «golden share» por parte do Estado, obriga a conversações com o bloco accionista, agora maioritário, que considera a sua posição estratégica e não apenas para obter mais-valias.

Os restante accionistas mais significativos da Cimpor são o banco BPI que detém 9,06%, a cimenteira Semapa com 4,87%, o grupo brasileiro Camargo Corrêa, que controla 2,08%, e o Grupo RAR com 2%.

A Cimpor fechou ontem nos 16,43 euros (3.293 escudos) a ganhar 1,86%.