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Procura por armas escala nos EUA após o início da pandemia

A Taurus Armas viu a procura por armas de fogo crescer 21% nos Estados Unidos, maior mercado mundial, nos primeiros três meses do ano, e aumentar ainda mais a partir de março, segundo o presidente da fabricante brasileira, Salésio Nuhs.

04 de Julho de 2020 às 18:00
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"É histórico isto nos Estados Unidos. Em ano de eleições presidenciais ou de qualquer ameaça, como a pandemia, o americano compra uma arma de fogo", disse Nuhs, numa entrevista por telefone.

Segundo o responsável, a procura é medida pelo índice de intenção de compras de armas do National Instant Background Check System (NICS), que mostra que "nunca houve tanta procura por armas de fogo nos EUA". O aumento das consultas ao NICS no 1º trimestre de 2020 foi de 21% em relação ao 4º trimestre de 2019.

O aquecimento do mercado de armas pessoais nos Estados Unidos deu-se principalmente no mês de março, com a pandemia da covid-19 a conduzir a uma maior procura por parte do consumidor individual norte-americano.

A empresa aproveitou o aquecimento do mercado de armas pessoais nos EUA e aumentou as suas vendas em 11% em relação ao trimestre anterior, atingindo a marca de 310.100 unidades vendidas. O seu mais recente equipamento, a pistola G3c, teve o stock esgotado nas lojas dos Estados Unidos uma hora depois do lançamento, a 15 de junho, segundo o presidente.

O desempenho da Taurus também beneficiou com a maior procura no mercado interno. "As pessoas estão a descobrir que podem exercer o direito à legítima defesa no Brasil e a procura por armas cresce diariamente. O mercado brasileiro esteve reprimido nos últimos governos, não havia acesso a armas para defesa pessoal", disse Nuhs.

Nos três primeiros meses de 2020, as vendas da Taurus no mercado brasileiro mais do que duplicaram (cresceram 111% face ao mesmo trimestre do ano passado), enquanto as receitas cresceram 52%.

Considerada Empresa Estratégica de Defesa, a Taurus não sofreu qualquer interrupção nas suas atividades por causa da covid-19 porque as suas operações são consideradas essenciais, segundo o presidente. A Taurus também não enfrentou, até ao momento, dificuldades com relação ao fornecimento de componentes.

As receitas alcançaram 298,3 milhões de reais no 1º trimestre, enquanto o EBITDA cresceu 18% para 45,4 milhões de reais. No entanto, a empresa sentiu o efeito da variação do real face ao dólar na sua dívida, elevando as suas despesas financeiras.

Assim, o resultado final foi um prejuízo de 157,1 milhões de reais, o que compara com os lucros de 4 milhões de reais no 1º trimestre do ano passado.

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