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TAP não considera válida oferta vencedora na VarigLog e VEM

A TAP comunicou à Varig que não considera válida a oferta vencedora à compra da VarigLog e VEM, do grupo Docas Investimentos de Nelson Tanure, que também disputa o controlo da transportadora aérea brasileira, não tendo por isso, apresentado qualquer contr

19 de Dezembro de 2005 às 19:19
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A TAP comunicou à Varig que não considera válida a oferta vencedora à compra da VarigLog e VEM, do grupo Docas Investimentos de Nelson Tanure, que também disputa o controlo da transportadora aérea brasileira, não tendo por isso, apresentado qualquer contra-oferta para ficar com estes activos.

Em comunicado, a TAP anuncia que, no último dia (hoje) que teria para decidir se cobriria ou não a oferta concorrente à compra dos activos VarigLog e VEM na sua posse desde 9 de Novembro, disse à Varig que a proposta escolhida pela administração não é válida.

A companhia estatal portuguesa justifica esta interpretação por considerar que «não só o preço de recompra é inferior ao estipulado no contrato, como a TAP nunca recebeu a ratificação dessa proposta pelo Conselho de Administração da Varig».

Segundo o advogado brasileiro da TAP, José Roberto Opice, Tanure só oferece os mesmos 62 milhões pagos pela Aero-LB, sociedade liderada pela TAP com os sócios brasileiros Stratus Investimentos e a Geocapital de Stanley Ho.

A administração da Varig tem veiculado que a oferta de Tanure seria de 139 milhões de dólares, ou seja, mais 77 milhões de dólares do que o negócio fechado com a Aero-LB.

No comunicado, a TAP diz que o contrato de venda assinado a 9 de Novembro estipulava condições para recompra de concorrentes. «Praticamente nenhuma das condições estabelecidas no contrato foi cumprida», salienta a TAP.

Também a TAP entende que na proposta de Docas não está explicita a disponibilidade de recursos para pagar o valor oferecido.

«De igual modo, a sugestão de recompra não comprova a "disponibilidade dos recursos financeiros necessários a honrar a proposta", conforme determina – entre outros aspectos – o referido contrato», acrescenta a estatal portuguesa.

Agora a Varig terá que pronunciar-se sobre esta questão. Só então a TAP confirma que fica ou não com os activos. Os desenvolvimentos que, poderão decorrer da assembleia de credores que, está a decorrer, hoje, no Rio de Janeiro, depois de ter ficado suspensa até às 15 horas locais (17 horas em Lisboa), também serão tidos em conta na decisão da TAP.

É que o primeiro ponto a ser votado é o negócio fechado, inesperadamente entre a Fundação Ruben Berta e o grupo Docas de venda do controlo da Varig. Ainda não é conhecido o resultado da votação.

A TAP participou da compra da VarigLog e da VEM (activos dfe engenheria e manutenção e transporte de carga) para socorrer a Varig no pagamento às empresas de «leasing» americanas. Nunca escondeu que o seu interesse principal era vir a deter o controlo da Varig por isso, mostrou-se disponível para ajudar a Varig num primeiro momento.

A nota da TAP destaca isso mesmo. «Foi graças a esta importância (62 milhões de dólares), disponibilizada em tempo recorde, que foi possível evitar o arresto de 40 aeronaves da Varig por um tribunal de Nova Iorque».

Tudo encaminhava-se para a TAP ficar com a Varig mas a mudança na administração da companhia, mudou também o rumo da empresa.

Além da proposta do Docas, a Varig também recebeu uma oferta concorrente do fundo americano Mattlin Patterson que pagava mais 15 milhões de dólares pelos mesmos activos.

*Correspondente em São Paulo

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