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TAP implementa plano de contenção para enfrentar repercussões EUA
A TAP-Air Portugal colocou em prática um plano de contenção de custos, de forma a enfrentar os «desafios» que serão colocados nos próximos meses, segundo uma nota interna da empresa, a que o Negocios.pt teve acesso.
Segundo a nota interna destinada aos trabalhadores da TAP, assinada pelo administrador-delegado da transportadora, Fernando Pinto, os ataques contra os EUA «vieram adensar o clima de incerteza em que já se desenrolava a actividade do nosso sector», pelo que deverão ter «repercussões que ninguém ainda pode prever e muito menos quantificar».
De acordo com a mesma fonte, «os próximos meses acarretarão desafios novos (…) e mais exigentes», pelo que «temos de preparar a empresa para enfrentar esse período, através da adopção de um conjunto de procedimentos de contenção de despesas».
No âmbito destas medidas, «todos os trabalhadores, em todas as áreas de actividade e em todos os actos de vida da empresa, devem contribuir para os objectivo de redução de custos, sejam eles de grande ou pequena monta», acrescenta o mesmo comunicado interno.
Este plano faz com que, a partir de hoje, todos os investimentos passem a necessitar da aprovação do vice-presidente executivo da respectiva área, bem como da autorização por parte do vice-presidente financeiro.
Do mesmo modo, as chefias da empresa deverão analisar todos os custos, «quanto à sua necessidade, oportunidade e montante», por forma a limitá-los ao «estritamente necessário» para o desenvolvimento da actividade da transportadora aérea.
A TAP vai também aceitar todas as sugestões de poupança por parte dos seus trabalhadores, com a companhia a criar um procedimento específico para receber as referidas propostas.
TAP reitera «determinação» em cumprir metasFernando Pinto, na referida nota interna, sublinha o facto da empresa estar a manter-se «exactamente dentro do orçamento», em condições de mercado «muito mais adversas do que poderíamos antecipar».
No entanto, o mesmo responsável defende que, pelo facto dos desafios serem agora «mais exigentes», «teremos de ser mais firmes na nossa determinação em cumprir as metas estabelecidas».
O administrador-delegado da empresa refere ainda que estas «acções preventivas« são importantes para que a TAP prossiga «no caminho da recuperação económica».
Na semana passada, a administração da TAP anunciou em comunicado que a companhia suspendeu «todas as negociações» com os sindicatos de pessoal de terra da empresa, depois destes últimos terem decretado um pré-aviso de greve na tarde de terça-feira, o mesmo dia em que ocorreram os atentados nos EUA.
TAP diz ligações com os EUA «normalizam-se gradualmente»Contactada pelo Negocios.pt, fonte oficial da TAP adiantou que as ligações aéreas da transportadora para os EUA, «tenderão a normalizar-se gradualmente» ao longo dos próximos meses.
A mesma fonte sublinhou que a empresa ainda não contabilizou os efeitos dos atentados que ocorreram nos Estados Unidos, uma vez que «neste momento ainda estamos muito a quente».
No entanto, a fonte oficial da empresa assegurou que «a operação dos EUA não é assim tão preponderante dentro do conjunto das operações globais da TAP», pelo que se manifestou confiante em que os efeitos da crise norte-americana serão mais ténues do que noutras empresas do sector, que apostam mais naquele mercado.
A TAP assegura duas ligações diárias com os Estados Unidos, uma das quais dirigida ao aeroporto de Newark e outra ao aeroporto JFK, em Nova Iorque.
Segundo adiantou a fonte oficial da empresa, as duas ligações efectuaram-se nos últimos dois dias, depois das interrupções verificadas na semana passada, afirmando que as mesmas «deverão fazer-se também hoje».