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TAP fica com VEM sem injectar mais capital na Varig
O consórcio Aero LB Participações, formado pela TAP e sócios dos fundos GeoCapital e Stratus, ficou com a engenharia e manutenção da Varig por 24 milhões de dólares (19,6 milhões de euros) mas acabou por não antecipar mais capital em troca de créditos de
O consórcio Aero LB Participações, formado pela TAP e sócios dos fundos GeoCapital e Stratus, ficou com a engenharia e manutenção da Varig por 24 milhões de dólares (19,6 milhões de euros) mas acabou por não antecipar mais capital em troca de créditos de cartões Visa, disse ao Jornal de Negócios, fonte oficial da transportadora aérea brasileira.
O consórcio vendeu o outro activo, a VarigLog por 38,2 milhões de dólares (31,6 milhões de euros) à Varig que o revendeu por 48,2 milhões, ao fundo americano Matlin Patterson, obtendo assim uma mais-valia de 10 milhões de dólares (oito milhões de euros), face à venda inicial à TAP.
Em comunicado, a Varig destaca que "para a Varig, a conclusão do negócio foi vantajosa pois, além do valor ser maior do que o lance inicial pago pelo Aero-LB pelas duas subsidiárias, ficou acertado o compromisso da Volo do Brasil e da Aero-LB de participarem como importantes investidores na recuperação da companhia aérea".
Ou seja, segundo a Varig, existe o compromisso da estatal portuguesa em continuar a apostar na recuperação da brasileira, com possível entrada no capital da companhia, apesar das dúvidas que, os executivos tenham demonstrado face ao desenrolar do processo que, temporariamente, afastava a TAP de vir a controlar a empresa brasileira, como era sua intenção inicial.
O anúncio desta venda separada não foi novidade para o mercado, mas tudo apontava para uma nova injecção de capital da TAP na Varig em troca de créditos de pagamentos de viagens com cartões Visa, retidos pela BR Distribuidora, fornecedora de combustível da Petrobrás que não aconteceu.
Varig paga "leasing" de aviões
Surpreendentemente, foi o fundo americano quem assumiu esses créditos que, oscilavam em torno de 20 milhões de dólares (16,5 milhões de euros). Questionado sobre a mudança, fonte oficial da Varig afirmou que "não se passou nada. As negociações com o fundo foram mais rápidas e, por isso, acertámos com ele".
A TAP trabalhava, até quarta-feira, em conjunto com o banco JP Morgan para antecipar mais dinheiro à Varig. Com aquele montante, mais recursos de caixa, a companhia efectuou, ontem, "em audiência da Corte de Nova Iorque, o pagamento total da dívida com os arrendatários das suas aeronaves", especifica a empresa.
A brasileira depositou 56 milhões de dólares (46 milhões de euros) para saldar as dívidas com a empresas de "leasing" nos Estados Unidos que, ameaçaram ficar com até 40 aviões da transportadora. Em Nova Iorque, Marcelo Bottini, presidente da Varig afirmou que "concluir todas as negociações que envolvem a recuperação da Varig, manter e ampliar a internacionalmente reconhecida qualidade das nossas operações é o rumo que todos nós da companhia estamos seguindo".