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TAP diz greve prejudica plano de recuperação (act.)
A greve dos trabalhadores de terra da TAP, marcada para hoje e amanhã, prejudica o programa de recuperação da transportadora aérea, defendeu Fernando Pinto, administrador-delegado da TAP, em conferência de imprensa.
«Para que seja possível aproximar a TAP do equilíbrio no próximo ano e dos resultados positivos em 2003, é absolutamente indispensável cumprir as metas traçadas no Orçamento deste ano», explicou a administração da transportadora portuguesa.
Fernando Pinto acusou os sindicatos de fazerem «chantagem» ao convocarem esta paralisação numa altura de grande tráfico aéreo, e recusou-se a negociar enquanto as forças sindicais não mudarem de ideias.
Preocupado sobretudo com a imagem da empresa, o administrador-delegado sublinhou que «os prejuízos da greve de hoje são pequenos, prejuízo da imagem irá sentir-se durante anos», indicou Fernando Pinto.
Os sindicatos exigem que a administração reponha o poder de compra dos trabalhadores e que acompanhe a subida da inflação. Segundo Fernando Pinto, um aumento de 2,9% com os salários dos trabalhadores de terra teria um custo de 10 milhões de euros (2 milhões de contos).
Recorde-se que a administração prevê prejuízos na ordem dos 50 milhões de contos (10 milhões de contos) para os resultados deste ano. E, segundo Fernando Pinto, a tendência do primeiro semestre é que essas previsões sejam as correctas. «Os resultados até Maio estão melhores que o orçamentado», adiantou.
Um dos sindicatos que convocaram a greve de hoje, o SITAVA, acuso a TAP de não respeitar a greve e ter contratado trabalhadores exteriores para colmatar as falhas da luta sindical, o responsável da TAO limitou-se a dizer que a administração «vai fazer tudo o que for possível para atendermos aos nossos clientes».
Sindicatos pressionam trabalhadores a fazerem greveFernando Pinto explicou que «a maioria dos trabalhadores não querem a greve», acrescentando que «as próprias chefias ligadas aos sindicatos obrigam os trabalhadores a aderirem à greve».
O trabalhador da TAP não quer a greve, ele tem uma imagem a defender que é muito melhor do que aquela que passa para o exterior.
Fernando Pinto escusou-se a adiantar elementos sobre a privatização da empresa, no entanto disse que «a partir de Setembro está tudo preparado para fazer um “road-show” da empresa no mercado português»