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TAP acusa Groundforce de "falta de respeito" por passageiros e trabalhadores

A nova presidente executiva da TAP apela à Groundforce para rever a posição sobre a proposta de subsídio de férias, recusada pela empresa de "handling". A greve já cancelou perto de 200 voos, sobretudo de e para Lisboa.

Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP. D.R.
17 de Julho de 2021 às 16:26
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A presidente executiva da TAP apelou à Groundforce que reveja a sua posição, aceitando a proposta para pagamento do subsídio de férias, lamentando que a empresa tenha posto os seus interesses à frente de clientes e trabalhadores.

"Gostávamos de apelar à Groundforce que reveja a sua posição porque está a colocar toda a gente numa posição difícil, não apenas os passageiros, mas também os trabalhadores e, de forma indireta, a economia do país", referiu Christine Ourmières-Widener.

A CEO da TAP prestou declarações este sábado, 17 de julho, no aeroporto de Lisboa, o mais afetado pela greve dos trabalhadores da empresa de "handling", que se iniciou às 00:00 de hoje e que se prolonga até às 24:00 de domingo.

Acompanhada pelo presidente executivo da ANA - Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière, e pelo COO, Ramiro Sequeira, Christine Ourmières-Widener considerou que, ao recusar a proposta da TAP, a Groundforce acabou por empurrar os trabalhadores para a greve, colocando os seus interesses "à frente" dos trabalhadores e passageiros.

A TAP disponibilizou-se para adiantar a verba necessária para que os trabalhadores da empresa de "handling" pudessem receber o subsídio de férias, mas a proposta foi recusada pela Groundforce.

Lamentando o impacto que a greve está a ter nos passageiros - na sequência das quase duas centenas de voos que já tiveram de ser cancelados - a CEO da TAP afirmou que a transportadora "não pode aceitar a falta de respeito" demonstrada pelos passageiros e trabalhadores da Groundforce.

"Os trabalhadores [da Groundforce] fizeram tudo ao seu alcance para evitar esta situação", referiu, acentuando que ainda na sexta-feira durante a tarde e à noite foram realizadas reuniões e contactos com o objetivo de que a solução proposta fosse aceite e se conseguisse evitar a greve.

No entanto, referiu, "a decisão da Groundforce foi de não aceitar a oferta da TAP, parecendo pôr os seus interesses acima dos trabalhadores e dos clientes", precisou a presidente executiva da TAP.

Os trabalhadores da Groundforce fizeram tudo ao seu alcance para evitar esta situação. Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP


Antes, Thierry Ligonnière tinha feito um novo balanço do impacto da greve que até ao momento levou já ao cancelamento de 119 voos com partida de Lisboa e de 87 que estavam previstos chegar à capital portuguesa. A estes somam-se oito cancelamentos de e para o Porto, seis de e para Faro, e ainda de dois de e para o Funchal.

A situação de Lisboa é a mais complicada pelo facto de a Groundforce dever assegurar cerca de 65% dos voos, e, referiu, só não é ainda pior devido à organização das equipas e colaboração dos parceiros. O gestor antecipa que o dia de domingo possa ser ainda mais complicado, uma vez que não estão previstos serviços mínimos.

Hoje é o primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela "situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias" que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.

A paralisação vai prolongar-se pelos dias 18 e 31 de julho, 01 e 02 de agosto, o que levou a ANA a alertar para constrangimentos nos aeroportos nacionais, cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
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