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Suspensa greve na CP após acordo de aumento salarial a todos os trabalhadores

O Governo anunciou que as negociações com o sindicato dos maquinistas permitiram chegar a um acordo sobre aumentos dos salários e do subsídio de refeição, beneficiando todos os trabalhadores da CP.

Apesar da redução das queixas em cerca de metade, a CP continua a ser o operador mais visado pelos passageiros.
Bruno Colaço
29 de Junho de 2024 às 10:38
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A greve na CP - Comboios de Portugal, convocada pelo sindicato dos maquinistas e que decorria até 14 de julho, foi suspensa após um acordo para aumentos salariais que beneficia todos os trabalhadores da empresa, anunciou o Governo esta sexta-feira à noite.

O Ministério das Infraestruturas e Habitação adiantou, em comunicado, que o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) comunicou formalmente a suspensão da greve que começou na quinta-feira e se prolongava até 14 de julho.

As negociações entre a CP e o SMAQ, mediadas pela secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, permitiram "chegar a um acordo sobre várias matérias laborais, nomeadamente aumentos dos salários e do subsídio de refeição, beneficiando todos os trabalhadores da empresa".

Já a CP salientou, em comunicado, que as partes chegaram "a um acordo quanto ao regulamento de carreiras", sublinhando que o SMAQ se comprometeu a terminar com a greve com efeitos imediatos.

"O acordo agora alcançado é extensível a todas as categorias profissionais da CP, garantindo que todas as áreas da empresa beneficiem das melhorias acordadas. Gostaríamos de expressar o nosso agradecimento ao SMAQ pela postura de diálogo e entendimento demonstrada ao longo das negociações. A cooperação e a abertura ao diálogo foram fundamentais para alcançar este consenso, que promove o bem-estar dos trabalhadores e a eficiência da CP", destacou ainda a empresa.

Também o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, congratulou-se "com o entendimento alcançado e com o levantamento da greve anunciada pelo SMAQ", de acordo com o comunicado do seu ministério.

Miguel Pinto Luz reiterou ainda "a sua postura de continuidade para o diálogo com os sindicatos do setor".

A greve dos trabalhadores da CP levou esta sexta-feira à supressão de 934 comboios dos 1.247 programados (74,9%) entre as 00:00 e as 22:00, segundo dados enviados à Lusa pela empresa.

Os serviços mínimos previam a circulação de 318 comboios, tendo circulado 313.

O secretário-geral da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, realçou à agência Lusa que a greve "paralisou praticamente a empresa em todos os setores de atividade".

José Manuel Oliveira já tinha adiantado que o que está em causa são salários de entrada baixos, "muito próximos do salário mínimo nacional", bem como uma diferença reduzida entre a base e o topo da carreira para os trabalhadores da CP, que ronda os 100 euros.

Em consequência, conforme apontou, a empresa tem cada vez menos trabalhadores, apesar de o número de passageiros e o lucro terem aumentado.

Na quinta-feira, a CP tinha alertado que eram esperadas perturbações na circulação, em especial até sábado.
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