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S&P corta “rating” da EDP para A-
A Standard & Poor’s baixou o "rating" da dívida da Energis de Portugal de A para A-, no seguimento da compra da empresa de energia eólica norte-americana Horizon Wind Energy, por parte da companhia liderada por António Mexia.
A Standard & Poor’s baixou o "rating" da dívida da Energias de Portugal de A para A-, no seguimento da compra da empresa de energia eólica norte-americana Horizon Wind Energy, por parte da companhia liderada por António Mexia.
O "rating" para a dívida de longo prazo baixa um grau de A para A-, enquanto a classificação para a dívida de curto prazo desce de A-1 para A-2.
A agência de notação financeira tinha alertado que poderia baixar o "rating" da EDP logo depois da empresa ter anunciado o acordo para comprar a Horizon, em Março, tendo hoje concretizado esta ameaça. A EDP deixa assim de estar em "creditwatch" com implicações negativas, apesar do "outlook" continuar negativo. Quer isto dizer que será mais provável que o próximo movimento seja um novo corte no "rating", em vez de uma melhoria.
"A aquisição da Horizon vai afectar o perfil financeiro da EDP de forma negativa", refere o analista da S&P, Hugues de la Presle. "Além disso, esperamos que os rácios de dívida da EDP permaneçam fracos para o actual rating nos próximos anos, devido ao elevado programa de investimentos" previsto até 2010, que ascende a 11,7 milhões de euros.
A dívida líquida da EDP diminuiu 6% no primeiro trimestre para 8,8 mil milhões de euros, não incluindo ainda o impacto da aquisição da Horizon, que representa um investimento de 2,7 mil milhões de dólares.
Apesar do corte de hoje, a S&P adverte que pode ainda vir a baixar mais o "rating" da EDP, se a empresa não conseguir melhorar o seu perfil financeiro para níveis mais em linha com o actual "rating". "Em particular a cobertura da dívida líquida ajustada de custos com o programa de reformas antecipadas, num mínimo de 20%, pelos fundos originados pela actividade da empresa".
Pelo contrário, se a EDP melhorar o seu perfil financeiro de forma significativa, a S&P irá subir o "rating".
A suportar a actual classificação da dívida continua a estar a forte posição dominante em Portugal, um mercado onde a procura de electricidade está acima da média da União europeia. As ameaças derivam do aumento da concorrência no mercado doméstico e a exposição ao mercado brasileiro.
Quanto mais baixo for o "rating" da EDP, mais elevado será o custo que a empresa terá de suportar, para pagar os juros do endividamento.
As acções da EDP fecharam a descer 0,71% para 4,19 euros.