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Sonangol está doente mas não moribunda, diz presidente da administração

O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol disse hoje em Luanda que a empresa está "doente, com alguma gravidade", mas não "está moribunda".

Simon Dawson/Bloomberg
28 de Fevereiro de 2018 às 17:16
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"A Sonangol não vai desaparecer, vai melhorar e vai voltar a ser esse motor de suporte e desenvolvimento da economia angolana. Isso garantimos a 100%. A Sonangol está doente, tem desafios, não gostamos da palavra dificuldade, mas naturalmente está a tentar tratar-se, ganhar músculo outra vez e daqui a algum tempo voltar a fazer uns 'sprints' já mais acelerados", disse Carlos Saturnino, em conferência de imprensa realizada hoje, em Luanda.

 

O responsável recordou que a Sonangol não pagava impostos, nem em kwanzas nem em divisas, e neste momento já o faz com regularidade.

 

"Não são os montantes que recebiam (Ministério das Finanças e Banco Nacional de Angola), mas está a receber, estamos a fazer um esforço muito grande de cumprir com as nossas obrigações, satisfazer também o accionista, portanto, os angolanos podem estar confiados que a Sonangol vem a caminho", disse.

 

Reforçou que "é questão de tempo", a empresa está com "muitas dificuldades", mas o "impossível não existe na Sonangol".

 

Relativamente a situações que a nova administração da empresa encontrou quando assumiu a direcção, a partir de 16 de Novembro de 2017, Carlos Saturnino enumerou anúncios de paralisações por parte de prestadores de serviço, por falta de pagamentos, nomeadamente sete meses de atraso a uma subcontratada da Sonangol Shipping e Refinaria de Luanda, assunto que foi resolvido de imediato.

 

Carlos Saturnino citou ainda "riscos alarmantes" por falta de manutenção em vários edifícios da Sonangol, nomeadamente em elevadores, geradores, ar condicionado, resultante de dívidas aos prestadores de serviços, desde parte de 2015, 2016 e 2017.

 

"Os elevadores completaram 30 mil horas de serviço e não fizeram a manutenção devida e tiramos peças de uns para pôr nos outros, não pagamos as empresas que fazem esse trabalho, há um montante de dívidas enorme, tivemos situações muito alarmantes e ainda temos. Há uma dívida também de prestadores de serviços considerável desses três anos", disse.

 

Outra constatação também citada foi a substituição de empresas prestadoras de serviços entre Junho e Julho de 2017, por outras, contratadas em Outubro de 2017, que o presidente do Conselho de Administração da Sonangol considerou ter elevado os custos comparativamente ao anterior período homólogo.

 

"Voltaram a se investir nas empresas de prestação de serviços, em Outubro, e uma direcção como a DAE (Direcção de Aprovisionamento de Infraestruturas), tem em mãos para gerir à volta de 150 e tal contratos de serviço. A maior parte desses contratos tem um valor maior do que aqueles contratos anteriores que foram substituídos, portanto, redução de custos zero", salientou.

 

A nível dos recursos humanos, Carlos Saturnino disse ter encontrado "uma situação caricata": uma directora dos Recursos Humanos e outras duas directoras executivas para a mesma área e "com enquadramentos arbitrários na parte profissional e na parte salarial".

 

"Por exemplo, o enquadramento salarial para essas pessoas, como directoras executivas, é superior a qualquer membro da comissão executiva das subsidiárias da Sonangol e é superior ao Conselho de Administração da Sonangol EP", frisou.

 

De acordo com Carlos Saturnino, a Sonangol tem biliões de kwanzas de multas e juros, que a Administração Geral Tributária atribuiu à empresa, por falta de pagamento de direitos aduaneiros, os impostos e afins, em grande parte do ano 2017, garantindo que estão a ser resolvidos de forma parcelar.

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