A Sonaecom, num cenário de sucesso da OPA, vai promover uma remodelação do conselho de administração da PT e vai nonomear, pelo menos, a maioria dos membros do conselho. Granadeiro já disse que não fica se a OPA vingar. Quanto aos trabalhadores, a empresa diz que até pode despedir menos que o PT prevê actualmente.

No registo da oferta pública de aquisição (OPA), a Sonaecom [SNC] diz ser sua intenção "promover a remodelação do conselho de administração da PT, de modo a que pelo menos a maioria dos seus membros seja constituída por pessoas designadas pela Sonaecom".

Actualmente, o conselho de administração da Portugal Telecom [PTC] é presidido por Henrique Granadeiro.

Em meados de Dezembro, o presidente da maior operadora de telecomunicações do país avançou que "se a OPA, nos termos em que foi lançada, ganhar, eu perdi. E não tenho lugar no grupo vencedor".

No programa "Grande Entrevista" da RTP 1, Henrique Granadeiro abriu o jogo e deixou assim claro que não ficará na empresa caso o seu projecto não vingue.

Em alternativa à OPA, Granadeiro propôs aos seus accionistas a separação da PT Multimédia, bem como um pacote de dividendos para os próximos três anos orçado em mais cerca de 3 mil milhões de euros. A PT, sob a liderança de Granadeiro, também quer encurtar o prazo para financiar o défice do fundo de pensões.

Despedir menos trabalhadores do que a PT se "projecto Sonaecom" vingar

A Sonaecom garante que não vai despedir mais trabalhadores que aqueles que estão previstos pela administração da Portugal Telecom. Se o "Projecto Sonaecom" vingar, a empresa admite mesmo dispensar menos trabalhadores.

No prospecto da OPA, a Sonaecom assume um compromisso com os trabalhadores da Portugal Telecom [PTC].

Sobre a manutenção e condições do emprego dos trabalhadores e dirigentes do Grupo PT, e em função dos últimos anúncios efectuados pela administração da PT relativos a planos de redução futura de efectivos do Grupo PT, "a Sonaecom não antevê que no âmbito da implementação do Projecto Sonacom venha a ser necessário alargar esses planos".

Pelo contrário, diz a empresa, "é expectativa da Sonaecom que, com as oportunidades de crescimento que serão criadas pelo Projecto Sonaecom, venha a ser possível o reequacionar dos actuais planos de redução de pessoal da PT".

A PT já suprimiu 3.500 postos de trabalho no passado, no âmbito do processo de redução de colaboradores que deverá levar a saída de mais 2.000 pessoas da empresa de telecomunicações no futuro, segundo Henrique Granadeiro, actual presidente da empresa.

É propósito firme da Sonaecom cumprir escrupulosamente todas responsabilidades existentes para com o Fundo de Pensões da PT, e para com os planos relativos a cuidados de saúde, dos quais sejam actualmente beneficiários os trabalhares do Grupo PT.