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Sonae pretende ficar com 25% da Portucel após privatização

A Sonae pretende ficar com 25% e mais uma acção da Portucel após a conclusão da próxima fase de privatização da empresa, ficando um parceiro estratégico do grupo liderado por Belmiro de Azevedo com outra participação de 25%, apurou o Negocios.pt.

30 de Maio de 2001 às 15:47
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A Sonae [SON] pretende ficar com 25% e mais uma acção da Portucel [PTCL] após a conclusão da próxima fase de privatização da empresa, ficando um parceiro estratégico do grupo liderado por Belmiro de Azevedo com outra participação de 25%, apurou o Negocios.pt junto de fonte da empresa.

«A Sonae deverá ficar com 25% mais uma (acção) na Portucel e o parceiro com 25% do capital», caso vença o concurso para privatização da empresa liderada por Jorge Armindo, adiantou fonte oficial da Sonae ao Negocios.pt.

O plano da Sonae é assegurar o controle da Portucel, sem que para isso tenha que injectar o dinheiro correspondente a uma participação que lhe garanta o poder de decisão dentro da empresa. A preços de mercado, os 25% da Portucel a alienar pelo Estado ascenderiam a 108,75 milhões de euros (21,8 milhões de contos).

Sonae limita investimento com parceiro

Caso se concretize este modelo, «o montante que a Sonae tem de investir é menor, porque o parceiro estratégico entra com a maioria do capital», afirmou um analista, que preferiu não ser identificado, em declarações ao Negocios.pt.

«O que se deseja é garantir o controle, limitando o nível de investimento. É uma solução que faz sentido», afirmou a mesma fonte.

Lançamento de OPA depende da CMVM

O analista contactado pelo Negocios.pt adiantou que a Sonae, com esta solução, «à partida poderia evitar o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA), mas isso depende da interpretação da lei por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)».

Segundo a lei portuguesa, quando um accionista ultrapassa um limite de 33,33% do capital e direitos de voto de uma empresa, é forçado a lançar uma OPA sobre esta última.

O modelo de privatização prevê que o Estado aliene uma posição de 25% no capital da companhia através de concurso público, ficando com uma opção de venda de mais 15% num prazo de três anos. O Estado detém actualmente uma participação de 55% na maior empresa nacional de pasta e papel.

Na apresentação dos resultados anuais da Sonae SGPS, Belmiro de Azevedo, líder da «holding», adiantou que o controle da empresa seria assegurado «em conjunto com parceiros estratégicos que aceitam a nossa liderança».

Segundo a fonte da empresa contactada pelo Negocios.pt, «a intenção da Sonae é ter um parceiro importante e com uma posição significativa no capital da Portucel».

A mesma fonte não confirmou notícias avançadas recentemente pela imprensa espanhola, que apontaram o Banco Pastor, com quem a Sonae está a concorrer à privatização da espanhola Ence, como um possível parceiro da empresa nacional visando a privatização da Portucel.

«Os processos ainda estão em curso e qualquer que seja a parceria, não adianta estar a avançar neste momento com cenários possíveis», defendeu a fonte oficial da empresa.

A Sonae detém actualmente uma participação de 17% na Portucel e pretende investir 99,76 milhões de euros (20 milhões de contos) para garantir o controle da empresa, segundo avançou Belmiro de Azevedo, na apresentação de resultados anuais da Sonae.

A Sonae aceitou recentemente a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Portucel sobre a Soporcel [SOPO], tendo alienado a sua participação de 13,1%, assumindo o compromisso de reinvestir na Portucel o montante encaixado com esta operação.

Sonae forçada a acompanhar aumento de capital para manter posição

A Portucel vai efectuar um aumento de capital no valor de 665 milhões de euros (133,32 milhões de contos), repartido por duas fases, com a primeira a ter lugar antes da privatização e a segunda a ocorrer após a alienação da posição de 25% por parte do Estado.

O analista contactado pelo Negocios.pt recordou que «a Sonae também vai ter de acompanhar o aumento de capital para manter a sua posição».

Para continuar a deter os actuais 17% na empresa, a Sonae teria, à partida, de investir 113,05 milhões de euros (22,66 milhões de contos) nestas operações. Caso a Sonae pretenda assegurar uma posição de 25%, terá de investir 166,25 milhões de euros (33,33 milhões de contos) no aumento de capital.

Às 15h42, a Sonae perdia 0,98% para os 1,01 euros (202 escudos), enquanto a Portucel ganhava 0,84% para os 1,20 euros (241 escudos).

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