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Sonae baixa preços se hipermercados abrirem ao domingo
Um mês de facturação a mais é quanto as empresas de distribuição podem ganhar caso as grandes superfícies possam voltar a abrir ao domingo à tarde e aos feriados. O que pode acontecer caso seja aprovada na Assembleia da República a lei que atribui a decis
Um mês de facturação a mais é quanto as empresas de distribuição podem ganhar caso as grandes superfícies possam voltar a abrir ao domingo à tarde e aos feriados. O que pode acontecer caso seja aprovada na Assembleia da República a lei que atribui a decisão às Câmaras Municipais, avança hoje o "Diário Económico".
Uma mudança que agrada às grandes empresas mas que o comércio tradicional considera que irá levar ao encerramento de pequenos estabelecimentos e aumentar a taxa de desemprego.
Para os consumidores o ponto de vista é diferente, já que mais de metade dos portugueses vão às compras entre sexta-feira à noite e domingo – segundo um estudo da consultora Nielsen.
A Sonae Distribuição já fez contas e estima que poderá aumentar a facturação em cerca de 7%. "O domingo é um dia muito importante e passamos a concorrer em igualdade de circunstâncias com o ‘hard discount’ [Lidl ou Minipreço]", diz ao "Diário Económico "Nuno Jordão, presidente da Sonae Distribuição. Os números são expressivos. Esta empresa do grupo Sonae deverá ganhar mais 80 milhões de euros por ano em cada um dos vinte hipermercados Continente que detém.
Na véspera de o projecto do PSD ser discutido na Assembleia da República, os grupos de distribuição contactados pelo Diário Económico preferem manter o silêncio. Mesmo a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) – que defende a liberalização do horário das grandes superfícies – remete os comentários para depois do debate.
A Jerónimo Martins não avança números de quanto poderá facturar a mais com a alteração da lei. "Temos capacidade para nos adaptarmos ao que for decidido", disse ao Diário Económico Luís Palha da Silva, CEO da empresa. Ainda assim, o responsável frisa que "é um assunto que tem de ser perguntado aos consumidores e não deve ser visto pela perspectiva das empresas".
Hoje, dois terços dos consumidores concordam com a abertura dos hipermercados aos domingos à tarde, segundo um estudo da Universidade Católica.