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Sonae passa de prejuízos a lucros de 62 milhões no semestre

A Sonae fechou os primeiros seis meses de 2021 com lucros de 62 milhões de euros e um aumento do volume de negócios de 5,5%.

DR
29 de Julho de 2021 às 20:06
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Depois de um primeiro semestre de 2020 marcado por prejuízos de 76 milhões de euros, devido às provisões constituídas para fazer face à pandemia, a Sonae fechou os primeiros seis meses de 2021 com um resultado líquido positivo de 62 milhões de euros. 

A empresa liderada por Cláudia Azevedo, que apresentou esta quinta-feira as contas do primeiro semestre, registou um volume de negócios consolidado de 3.222 milhões de euros, mais 5,5% face ao período homólogo. O aumento do volume de negócios foi "suportado pelos sólidos desempenhos da Sonae MC e da Worten, que continuaram a conquistar quota de mercado apesar do período comparável desafiante", refere a empresa, que sublinha também os "sinais encorajadores da Sonae Fashion e da Sonae Sierra" no segundo trimestre, "período em que o grupo registou um crescimento de 5,1% para mais de 1,6 mil milhões de euros". 

A rentabilidade operacional do grupo melhorou, com o EBITDA subjacente a aumentar 11,4% para 246 milhões de euros. No segundo trimestre, este indicador subiu 9,9% para 136 milhões, "devido sobretudo à recuperação da Sonae Fashion e à evolução da Worten em Espanha". Já o EBITDA total cresceu 15,5% no semestre para 292 milhões de euros, suportado "pela recuperação operacional dos negócios afetados pelas restrições da Covid-19 no ano passado, pela melhoria do resultado líquido da ISRG face a 2020 e pela mais-valia resultante da diluição da participação da Sonae IM na Arctic Wolf". 

O resultado direto passou de 19 milhões de euros negativos para 54 milhões de euros positivos, "devido ao desempenho operacional de 2021 e ao elevado nível de provisões e custos extraordinários relacionados com a Covid-19 registadas" nos primeiros três meses do ano passado.

As vendas online aumentaram 33%, "com todos os negócios integramente consolidados a crescerem face aos desempenhos excecionais do ano passado", explicita o comunicado. 

O investimento total do grupo ascendeu a 186 milhões de euros, mais 65,4% face ao homólogo. A aquisição da participação adicional na Sonae Sierra por 82 milhões foi uma das operações concluídas. 

"O segundo trimestre de 2021 foi globalmente um período positivo e encorajador para a Sonae, apesar dos desafios que continuamos a enfrentar em cada um dos nossos negócios", refere a CEO do grupo, Cláudia Azevedo, citada no comunicado. 

"Após um período de fortes limitações às nossas operações, o abrandamento das restrições no início do segundo trimestre permitiu que os nossos negócios assistissem a bons sinais de recuperação em diferentes geografias e comprovassem a competitividade e robustez das suas propostas de valor, alavancadas num conhecimento único dos clientes e em competências digitais distintivas", continua Cláudia Azevedo.

Sonae MC duplica vendas online

No semestre, o volume de negócios da Sonae MC, divisão de retalho alimentar do grupo, cresceu 5,4% para 2,5 mil milhões de euros. O grupo sublinha o regresso a "padrões de consumo mais normais" no segundo trimestre, após o confinamento.

Os números do segundo trimestre comparam, no entanto, com um período homólogo "completamente diferente", devido ao primeiro confinamento de 2020, que suscitou "um pico de procura" e o encerramento ou aplicação de restrições a alguns negócios. Ainda assim, no segundo trimestre, a dona do Continente cresceu 4,4% em volume de negócios entre abril e junho. As vendas online aumentaram 45% no semestre e duplicaram no segundo trimestre. A empresa abriu seis lojas Continente Bom Dia, para um total de 20 novas lojas próprias. 

A Worten também teve um desempenho positivo entre janeiro e junho, com o volume de negócios a aumentar 7,5% para 518 milhões de euros. "O desempenho de vendas beneficiou do crescimento do mercado de eletrónica, com a Worten a superá-lo e a reforçar a sua quota de mercado", destaca o grupo. As vendas online subiram 29%. 

A Sonae Sierra, que controla os centros comerciais do grupo, fechou o semestre com prejuízos de 4,6 milhões de euros, que comparam com perdas de oito milhões de euros no período homólogo. O volume de negócios caiu 11,4% para 66 milhões de euros. Olhando apenas para o segundo trimestre, o volume de negócios aumentou 23,6% para 35 milhões de euros. O grupo reconhece que "2021 continua a ser um ano desafiante para o segmento dos centros comerciais".

Ainda assim, identifica "sinais positivos de retorno à normalidade sempre que as restrições são atenuadas". As vendas dos lojistas aumentaram 11,6% no semestre. Já o valor das rendas diminuiu 12,3% devido aos descontos "significativamente mais elevados em Portugal, em resultado do novo regime de rendas para 2021 e do apoio proativo da Sonae Sierra aos lojistas". A taxa de ocupação dos centros comerciais foi de 96,6%. 

A Sonae Fashion, detentora de marcas como a Zippy, MO ou Salsa, aumentou as vendas em 3,7%, para 135 milhões de euros no semestre. No segundo trimestre, a subida foi de 41,5%, para 74 milhões de euros, sendo que estes valores comparam com um período marcado pelo primeiro confinamento. Ainda assim, o grupo refere que o desempenho foi "sólido", "sobretudo quando comparado com 2019, um ano sem restrições, visto que a Sonae Fashion conseguiu registar um valor de vendas quase em linha com o valor" do segundo trimestre de 2019 (78 milhões de euros). 
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