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Último trimestre inverte prejuízos da Sonae e "salva" resultados
A dona dos supermercados Continente viu os lucros descerem 57% no ano passado.
A Sonae fechou o ano de 2020 com lucros de 71 milhões de euros, uma quebra de 57,2% face ao resultado líquido de 166 milhões de euros registado no ano anterior.
O último trimestre, marcado por algum alívio das restrições no país, permitiu à empresa terminar o ano com um resultado positivo, já que nos primeiros nove meses a Sonae acumulava prejuízos de mais de 20 milhões de euros. De outubro a dezembro, os lucros totalizaram 75 milhões de euros, uma quebra de 3,4% face aos 78 milhões dos últimos três meses de 2019. Nesse período, "e apesar das várias restrições implementadas pelas autoridades nacionais", o volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 6,6% para 1,9 mil milhões euros", sublinha a empresa.
Em comunicado, a retalhista liderada por Cláudia Azevedo sublinha que o resultado líquido de 2020 foi "fortemente penalizado por impactos relacionados com a pandemia", tanto a nível operacional como ao nível da reavaliação de ativos.
Apesar do contexto adverso, a dona dos supermercados Continente viu o volume de negócios crescer 6,1% no ano passado para o valor recorde de 6.827 milhões de euros, e o EBITDA recuar 1,3% para 593 milhões de euros.
No comunicado enviado à CMVM, a Sonae explica que esta melhoria se deveu sobretudo ao contributo positivo da Sonae MC e da Worten, que mais do que compensou a evolução da Sonae Sierra e Sonae Fashion.
"O crescimento em 2020 foi fortemente impulsionado pelas vendas online, sendo que os principais negócios de retalho atingiram quotas de mercado online bastante acima das suas quotas de mercado já de liderança no offline", refere o comunicado, acrescentando que o total das receitas agregadas de e-commerce dos negócios da Sonae mais do que duplicou em 2020, atingindo cerca de 480 milhões de euros.
Em 2020, o investimento da Sonae atingiu 502 milhões de euros, um aumento de 25,7% face ao ano anterior, o que, segundo a empresa, "demonstra a força financeira do grupo e confiança nas atuais estratégias dos seus negócios". "Não só continuamos a investir na melhoria das nossas propostas de valor e na digitalização das nossas operações, como ainda reforçámos a nossa posição na NOS (+7,38%) e na Salsa (+50%)", sublinha a Sonae em comunicado.
No que respeita à dívida, a empresa registou uma descida de 4,1% face a 2019 para 1.103 milhões de euros.
Retalho alimentar cresce 10% em ano de pandemia
A Sonae MC, a unidade de retalho alimentar da Sonae, registou um aumento de 9,6% no volume de negócios para 5.153 milhões de euros, e uma subida das vendas LfL de 6,6%.
"Num ano tão atípico e turbulento, o desempenho das vendas totais mostrou que a empresa foi reconhecida de forma muito positiva pelos seus clientes e destacou-se como líder no sector", refere a Sonae, acrescentando que esta melhoria foi também o reflexo do desempenho do canal online, onde as vendas aumentaram 80% no ano.
Ao longo de 2020, a Sonae MC abriu 89 novas lojas próprias (das quais 13 lojas de proximidade, Continente Bom Dia), tendo o investimento ascendido a 205 milhões de euros.
A contribuir para os resultados positivos da Sonae em 2020 esteve também a Worten, que alcançou um volume de negócios de 1.161 milhões de euros, uma subida de 6,8% em termos homólogos, com as vendas online a representarem, pela primeira vez, um peso de dois dígitos no total do volume de negócios.
"Em termos de rentabilidade, apesar dos custos relacionados com a covid-19, o forte desempenho das vendas, aliado aos ganhos de eficiência, resultou num EBITDA subjacente de 74 milhões de euros, 30% acima do ano passado", destaca a empresa.
(Notícia em atualização)