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Cláudia Azevedo: concurso do 5G "não tem pés nem cabeça"

A CEO da Sonae, e acionista da NOS, criticou esta quinta-feira o modelo do leilão para a atribuição das licenças de 5G. Cláudia Azevedo afirma que o concurso vai "atrair pessoas que não têm compromisso com Portugal".

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18 de Março de 2021 às 15:39
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Cláudia Azevedo deixou esta quinta-feira fortes críticas ao modelo escolhido para atribuir as licenças de 5G em Portugal. A CEO da Sonae, que é a maior acionista da Nos, uma das empresas que participam no leilão, considera que o concurso "não faz sentido nenhum".

Na visão de Cláudia Azevedo, o concurso "faz uma reserva de espetro para os novos entrantes e impede os operadores que têm investido de terem o espetro suficiente para melhorar muito o 4G e investir no 5G".

A líder executiva da Sonae ataca ainda o facto de o concurso não acarretar qualquer obrigação de investimento em Portugal para os novos operadores. "Nós na Nos tínhamos uma obrigação. Aqui podem fazer roaming nas nossas redes, nas quais andamos a investir há anos".

Para a CEO da Sonae, o leilão fará com que o regulador, a ANACOM, fique "contente por haver imensos players em Portugal". Porém, o concurso "só atrai pessoas que não têm nenhum compromisso com Portugal, que não têm compromisso de investimento, e não gostarem das rentabilidades vão embora". A empresária classifica o processo como "inacreditável", porque "o 5G é fundamental e este concurso não tem pés nem cabeça". 

As críticas à ANACOM não ficaram por aqui. Durante a apresentação dos resultados de 2020 da Sonae, Cláudia Azevedo contestou algumas afirmações do regulador. 

"O regulador diz que Portugal tem os preços (das telecomunicações) mais caros do que a média e tem aumentado. Não é verdade. E é fácil de comprovar isso, mesmo nos relatórios da Anacom. Outra coisa que a Anacom diz é que Portugal tem a pior qualidade da rede e de serviços. É mentira, é fácil de comprovar. Há vários estudos que comprovam que Portugal tem das melhores redes móveis e muito acima da média da União Europeia", sublinhou. 

Ainda sobre a ANACOM, Cláudia Azevedo contestou a ideia transmitida pelo regulador de que "os operadores de telecomunicações em Portugal têm margens excessivas", o que, segundo a CEO, "infelizmente não é verdade. Temos dos piores retornos de capitais investidos na Europa".

Por fim, Cláudia Azevedo criticou a ANACOM por afirmar que que os operadores em Portugal são detidos principalmente por acionistas estrangeiros. "Que eu saiba, a Sonae é um grupo português, a NOS é uma empresa portuguesa. E os três em conjunto, Nos, Vodafone e Altice, investimos cerca de mil milhões de Portugal. São três operadores, independentemente dos seus acionistas, altamente comprometidos com Portugal e em tecnologias".
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