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Sonae Indústria reduz perdas em 2020 para seis milhões
A empresa liderada por Paulo Azevedo registou prejuízos de 6 milhões de euros no ano passado, devido sobretudo ao desempenho do segundo trimestre, em plena pandemia. Ainda assim, melhorou face às perdas de 13,4 milhões reportadas em 2019.
A Sonae Indústria reportou um resultado líquido negativo de 6 milhões de euros em 2020, impactado pelo desempenho do segundo trimestre de 2020. Face a 2019, este resultado melhorou em 55%, dado que nesse ano a empresa registou perdas de 13,4 milhões de euros.
Na segunda metade de 2020, os resultados líquidos foram positivos em cerca de 1,3 milhões de euros, uma melhoria de cerca de 8,5 milhões de euros quando comparados com o primeiro semestre de 2020, explicada essencialmente pelas melhorias significativas do EBITDA dos negócios integralmente detidos (fundamentalmente do Canadá) e dos resultados relativos a empreendimentos conjuntos - resultado líquido (melhoria dos resultados ao nível da Sonae Arauco), sublinha a empresa no relatório e contas divulgado na CMVM.
Já o volume de negócios consolidado foi de 201,8 milhões de euros, uma redução de 12,2% face a 2019, devido sobretudo "ao nosso negócio da América do Norte, com menores volumes de vendas e com uma variação cambial desfavorável do dólar canadiano face ao euro de cerca de 5,5 milhões de euros".
"A evolução do volume de negócios consolidado foi claramente afetada pelo surto de covid-19, com impactos negativos significativos particularmente no segundo trimestre (cerca de -32% face ao mesmo trimestre de 2019), seguido de uma recuperação gradual no terceiro e sobretudo no quarto trimestre (-15% e +4%, respetivamente, face aos períodos homólogos do ano precedente)", destaca o documento.
No segundo semestre do ano, o volume de negócios consolidado foi de 106,9 milhões de euros, o que representa uma redução de 6,7 milhões de euros quando comparado com o período de julho a dezembro de 2019, "sobretudo devido à depreciação do dólar canadiano face ao euro de cerca de seis milhões de euros – mas um aumento de cerca de 12 milhões de euros quando comparado com o primeiro semestre de 2020)".
Por seu lado, o EBITDA consolidado de 2020 atingiu cerca de 26,7 milhões de euros, um aumento de 0,9 milhões de euros face a 2019.
No segundo semestre de 2020, o EBITDA consolidado foi de 16,4 milhões de euros, uma melhoria de cerca de 3,2 milhões de euros e 6,1 milhões de euros, respetivamente, quando comparado com o segundo semestre de 2019 e o primeiro semestre de 2020.
Com um aumento de capital da Sonae Indústria em cima da mesa - que poderá dar à família Azevedo mais de 90% da empresa, fasquia que permitirá retirá-la de bolsa, cumprindo o objetivo anteriormente falhado em sede de OPA -, a gigante dos derivados de madeira refere também que os seus custos fixos representaram cerca de 16,8% do volume de negócios em 2020, o que correspondeu a uma redução de cerca de 0,6 pontos percentuais face a 2019.
"A pandemia causou extensos prejuízos humanos à escala mundial, ao nível da saúde, da sociedade e da economia e levou à disrupção de uma diversidade de indústrias e negócios de todas as dimensões. Na Sonae Indústria também enfrentámos desafios significativos ao longo do ano. No entanto, após um período particularmente difícil entre março e maio, os nossos negócios demonstraram uma resiliência surpreendente e recuperaram claramente durante o segundo semestre de 2020", salienta o presidente do "board" da empresa, Paulo Azevedo (na foto).